☠☠ NECROFÚRIA ☠☠ Aventura de RPG Medieval 🏹 Ação, Guerra e Magia ⛥

A Batalha Demoníaca

As mãos de Andriax tremiam. Tinha uma flecha encaixada no arco só por cautela, mas não conseguia conter o tamborilar frenético de seu coração.

 Por entre as pedras, ele espiou Kayara ser jogada a dez metros de distância por um golpe da criatura. Sem demora, a paladina se levantou, limpou o fio de sangue escorrendo da boca e correu para a batalha outra vez.

Com um grito de guerra, a mulher avança em direção ao monstro mais próximo. Ele usa sua cauda longa para tentar perfurar a cabeça da rival. 

No último segundo a guerreira rodopia, desviando da estocada gigante. Sua lâmina dança no ar, girando com fúria e cortando o ferrão.

Litros de sangue negro salpicam no ar em câmera lenta. A espada continua sua trajetória e abre uma fenda no chão, rachando o solo com uma luz fulgurante.

Antes que o demônio tivesse tempo para urrar, Kayara se esgueirou por suas pernas. A Justiceira da Luz pendeu com fúria, rasgando duas patas da criatura com um só corte, banhando-se no líquido enegrecido e viscoso.

 Os três membros extirpados arderam em brasa intensa e viraram pó segundos depois.

Com o canto dos olhos, Kayara vê um projétil de luz esmeralda vir em sua direção. Outro tiro espectral de Yggnarus, agora um crânio bem maior que o anterior.

— Por Aéllea!!! — a paladina ruge. Sua aura volta, energizando a pedra azul na arma. Ela gira sua espada com toda a força e rebate a magia. 

Um estouro de raios surgiu do impacto, lançando a guerreira para longe. Mas desta vez ela mirou. A mulher de cabelos ondulados ricocheteou o ataque para cima, acertando em cheio na barriga da besta. Seu inimigo explodiu em uma chuva de líquido caliginoso.

De súbito, dois braços poderosos envolvem a cintura da guerreira e a erguem a cinco metros do chão. Ela sobe vertiginosamente, mas segurou firme sua arma. Além de garras poderosas esmagarem sua armadura, elas puxaram a mulher rente à boca no meio da barriga demoníaca.

No que Kayara cortou um dos braços que a capturava, outro surgiu para substituí-lo. Do nada, um murro esmagou sua cara, quebrando seu nariz. Ela sentiu dentes anavalhados arranhando as placas de metal que protegiam seus tornozelos.

O braço livre do oponente começou a espancar sua cara enquanto uma língua pegajosa grudou na perna direita. A perna esquerda da guerreira, agora apoiada no tórax da invocação, era a única coisa impedindo que ela fosse deglutida pela boca anavalhada.

Ao longe, Yggnarus estava conjurando um ataque mágico ainda maior do que o anterior. A outra invocação se aproximava, pronta para esquartejar a humana.

Com os socos constantes, veio a fúria. A cólera injetou chamas em suas veias: a paladina moveu sua lâmina no momento exato para cortar o pulso do braço livre, fazendo a mão do rival espiralar no ar. 

Gotas pretas borrifaram em seu rosto enquanto ela sentiu que dentes perfuraram a armadura, penetrando em seu tornozelo direito.

Kayara deixou de fazer força contrária com a perna esquerda e os dois braços que a aprisionavam pela cintura puxaram-na mais para perto, no intento de engolir a paladina. 

Ela aproveitou essa aproximação, curvou-se para frente e perfurou o olho gigante do demônio. Sua boca soltou a perna da lutadora para berrar por entre o negrume líquido.

A Justiceira então dilacera a carne cinzenta de um dos braços que prendiam sua portadora. Com mais essa dor, o outro afrouxa seu agarrão. A mulher logo embainha a espada e usa as duas mãos livres para fazer uma manobra.