A Espiral do Espaço-Tempo

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Em algum lugar da Fortaleza das Trevas, surgiu um círculo de energia no chão, repleto de símbolos profanos brilhando em um roxo instável. Em seguida, duas explosões de fumaça apareceram na superfície do símbolo. O círculo se desfez assim que Shagda e Agaxis foram teleportados, deixando a gnoma e o eldrazar no completo breu.

— Eu já comentei o quanto te odeio, seu projeto de gente? — comentou o magricelo, num tom aborrecido.

— Me poupe, mago de araque. Estou me recuperando mentalmente por ter perdido uma fortuna!

— Ótimo. Pelo menos cair numa armadilha tão óbvia teve um lado bom.

— Ah, sim, falou a perfeição em pessoa, né? Você nunca comete erros, eu presumo.

— Não tão idiotas.

— Que nem beber um barril inteiro da bebida mais forte que existe nesta dimensão. Tô ligada.

— Às vezes a gente tem que se arriscar um pouco, né — ele comentou, chacoalhando os ombros, achando que a pequenina não pudesse ver o gesto. Ele se esqueceu que a gnoma tinha visão noturna, claro.

— Ahan...

Em seguida, o sujeito de longos cabelos pretos fez um movimento arcano com as mãos e dali surgiram seis globos de luz, cada um de uma cor diferente. Sob sua vontade, eles se espalharam pelo ambiente, revelando um cômodo hexagonal com um grande buraco no centro. Não havia nenhuma porta ou janela ao redor. Aproximando a esfera luminosa da abertura, ambos notaram que era uma enorme escada que descia em espiral.

— Agora sim tu precisa dos seus balõezinhos coloridos. Tá feliz? — indagou a criaturinha de boina laranja num tom sarcástico.

O mago de capa roxa não se dignou a responder, apenas olhou para ela como se tivesse ouvido o zumbido de um mosquito irritante.

— Olha aqui, seu cotoco, eu vou abrir um portal de volta para o sarcófago. Se continuar me azucrinando, te deixo aqui, hein. — Após dizer isso, o sujeito de túnica rubra começou a fazer vários gestos programados com as mãos, como se desenhando um símbolo no ar. A gnoma de macacão azul metálico rebateu:

— Por mais que ficar longe de você soe como uma bênção, eu ainda quero reencontrar o Dronar. — Ela cruzou os braços e não resistiu, teve que comentar. — Quem diria, tu vai mesmo fazer algo que presta. Estou quase emocionada.

Pequenos raios serpentearam nas mãos mulatas de Agaxis. O espaço à sua frente pareceu se distorcer e uma luz azul e espiralada estava começando a surgir quando uma energia carmesim chispou ao redor dela. O efeito mágico se desfez imediatamente.

— Parabéns. Uma salva de palmas para o Agaxis! — disse a pequenina antes de bater uma única palma com as mãos. O som ecoou pelo recinto, solitário e retumbante.

— Pelos chifres da besta, maldição! — praguejou o eldrazar de barbicha. — Este lugar está lacrado por energia infernal. Isso nem sequer é necromancia, é bem mais poderoso. É forte o suficiente para interferir em alguns dos meus poderes. Ainda que destruíssemos as paredes, estamos presos em um campo de força. Tudo o que podemos fazer é descer.

— Aposto que o azulão teria conseguido fazer o portal.

— Não enche. Vamos logo porque o quanto antes eu sair de perto de você, melhor — falou Agaxis se dirigindo para a agigantada escadaria espiral, os globos de luz orbitando ao seu redor.

A baixinha caminhou na mesma direção e indagou:

— Não pode nos teletransportar para o final da escada?

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