Alguém novo?

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Chego em casa e vou direto fazer o almoço, quero andar logo para pode ajudar a Lia.

Enquanto a comida cozinha eu troco minha roupa e depois me sento ao lado do meu irmãozinho para assistir os desenhos que passa na TV.

- Bernardo, para o banho! Daqui a pouco o almoço estará pronto e você não!

- Não quero ir para escola! - responde sem nem desviar o olhar da TV.

Lá vamos nós.

- Não é questão de querer! Você vai e ponto. Agora para o banho. - minha voz era firme, mas não surte muito efeito já que ele continua olhando para a TV - Quer me ver surtada? É isso que você quer? Quer me ver histérica? - ele se encolheu e foi para o banho. Minutos depois ele volta com o uniforme todo amarrotado. Jesus, dê-me paciência - Venha aqui! Deixa eu arrumar esse teu uniforme - ele anda até a mim e eu ajeito sua blusa e sua calça em seu corpo. Depois dou almoço a ele, verifico se os dentes estão limpos, verifico o ouvido e depois dou um tapa naquela bundinha gostosa que só ele tem - Vai para a escola, moleque. Nada de confusão. Nada de bagunça e copie toda a matéria!

- Taaa... - ele fala ja saindo

- Não vai me dar um beijo de despedida.

- Sou homem e homens não fica de viadagem com a irmã! - ele fala fazendo pose de como se fosse muito bravo.

Eu caio na gargalhada - Homens beijam as mães e as irmãs. E além do mais, você é só um menino de oito anos!

- Léo não te beija

- Léo é um mal educado. - resmungo.

- Eu sou o que? - Léo pergunta aparecendo atrás de Bernardo. Ele está todo sujo de graxa da oficina onde trabalha - Mal educada é você, sua sonsa. Cadê o almoço? Estou com fome!

- Problema é seu. - me viro para Bernardo - Agora, já para a escola. - ele sai pela porta. Hoje meu irmãozinho está estranho, meio cabisbaixo, desanimado e até mais obediente.

Léo se joga no sofá com um pratão de comida e começa seu exército: levantamento de peso, o peso no caso é o garfo!

Troco minha roupa de mendigo, por uma roupa decente - Léo, estou saindo. Vou dar apoio a Lia.

- Manda um beijinho para ela! - e dá uma piscadela.

- Vá para o inferno Léo. Pare de dar em cima das minhas amigas, ouviu? Seu galinha. - nem espero ele dar resposta e bato a porta. Pego minha bicicleta e pedalo até a casa da minha amiga.

Quando eu chego vejo várias caixas vazias jogadas e ela arrumando as roupas em algumas bolsas.

- Almoçou, Lia?

- Sem tempo! Depois eu compro algo - ela responde se concentrando nas roupas.

- Hey, porque a gente não deixa as roupas nas gavetas? E as que estão no cabide a gente guarda em uma sacola ou caixa.

- Pode ser. Vai economizar um tempo! 
Começamos a trabalhar e quando era seis da tarde tínhamos embalado bastante coisas. Estávamos esgotadas.

- Mãe, ainda temos que limpar a casa lá - Lia fala com a mãe dela.

- Eu já limpei ontem! Não se preocupe, querida. Daqui a pouco o caminhão de mudanças estará aqui! - sua voz era cansada. - Ali, acho melhor você ir. Sua mãe pode ficar brava! Eu conheço aquela lá há tanto tempo que eu não dúvida que ela ficará bem brava se não encontrar a janta dela.

- Está certa, dona Lis. Bem, eu vou indo! Tchau - me despeço das duas e vou para casa. Chegando lá eu esquento toda a comida no microondas e por sorte tudo fica pronto antes da minha mãe chegar.

- Cadê meu café? - ela pergunta jogando a bolsa em cima da cadeira da cozinha.

- Eu não fiz.

- Como você não fez? Eu trabalho o dia inteiro e chego em casa e não tenho direito a um café? Você fica em casa o dia inteiro e não faz nada, nada! - eu reviro os olhos e vou para meu quarto.

Aí que ódio, minha mãe sempre faz isso... Sempre tem algo a reclamar. Nada nunca está bom.

- Alisson, venha aqui - ela grita assim que pego meu celular. Me arrasto até a sala, onde ela está agora - Vá até a padaria comprar pão! Vou ter visitas agora de noite, então temos que comprar pão, compra manteiga também e depois volte e faça café.

Ja na padaria eu fico olhando para os pães, eu queria um que parece estar bom, mas todos parecem estar ruins.

Quando chego em casa faço o café e depois minha mãe manda eu tomar banho, ela disse "Não quero que as visitas pense que minha filha é porco, embora ela seja!".

Então tomo um banho, coloco uma roupa confortável e prendo o meu cabelo em um coque.

Começo a fazer alguns deveres de casa e perco a noção do tempo.

- Querida, vá para a sala. Quero apresentar meus filhos para a visita. - ela falou de uma forma tão carinhosa que eu até estranhei. - Amor, você deveria alisar esse seu cabelo... Está um horror! Credo - eu a fuzilo com um olhar e depois ela sai.

Essa mulher deve ter inveja mortal do meu cabelo lindo e maravilhoso. Vou alisar para que? Eu não gosto, além do mais o cabelo fica caindo, pelo menos o meu caía. Sim, já alisei o cabelo, pois quando criança era obrigada.

Resolvo esquecer sua alfinetada e fecho meus livros e cadernos para ir para a sala conhecer a visita.

Léo estava limpo e apresentável, tal como Bernardo e eu estava uma bagunça.

- Esses são meus filhos - minha mãe fala para uma senhora de uns quarenta anos, meio gordinha, olhar curioso e um cabelo curto liso.

- São lindos! - ela responde olhando para todos nós. Eu estou tão entediada, queria estar na minha cama, estudando, mexendo no meu celular e não aqui.

- Essa é Alisson, Bernardo e Leonardo! Léo é o mais velho, Ali do meio e Bê é o meu bebé. - ela fala toda sorridente. Minha mãe estava bem vestida, com o cabelo solto e escovado. Estava linda! Minha velha adorava se exibir.

A suposta velha amiga da minha mãe começa a dizer coisas, mas eu não escuto, estou ocupada olhando para o meu mais novo crush.

Achei algo para me tirar do tédio.

- Esse é o meu filho. Ele se chama André. - André... André devia ter 1,80, era um bom tamanho para mim, visto que tenho só 1,66. Seu cabelo era bem cortado, seu corpo era magro, seus braços eram fortes, seus lábios carnudos e seus olhos âmbar, Intenso!
Meu coração bateu de uma forma que nunca havia batido. Eu estava fascinada! Esse garoto é um Deus!

- Você pode ajudar o André, filha?

- Claro que posso. É o que eu mais quero fazer.

- Que ótimo! - a mãe dele diz.

- Sim, ótimo.

- Mãe, tenho que ir. - ele me examina, mas logo me esnoba. - Marquei com uns colegas lembra? - ah... Sua voz! Que voz suave, sexy... Dou um suspiro. Fico ali admirando o pecado, babando e o encanto vai embora quando ele sai pela porta.

Diário de uma VirgemOnde histórias criam vida. Descubra agora