Diário de uma Virgem

Tudo pode piorar

Durante toda essas duas semanas tudo ocorreu OK, tirando o fato de que André não quer mais falar comigo, me chamou de maldita, galinha, puta e me ligou outro dia para se desculpar e essas coisas. Eu apenas concordei com ele. Convenhamos, não sou nenhuma santa.

Estou rindo, mas é de desespero.

Na escola eu não converso mais com Giovana, talvez isso seja infantil da minha parte, mas fazer o que? Ignorar a raiva que eu sinto dela? Difícil. Mas só sinto raiva porque a amo, se não gostasse dela não sentiria nada.

Em casa meu pai chega muito violento depois de beber até o c.u, ele briga, me xinga e já até puxou meu cabelo. As vezes ele traz uma mulher, cada dia uma mulher diferente... Quem quer um bosta desses? Bem, eu só fico ouvindo meu pai transar, não é agradável.

Léo ficou horrorizado ao ver minha casa, eu tbm fico todos os dias quando entro. Ele disse que não me abandonaria, mas tá uma semana sumido. Típico.

Me olho no espelho, contenho a vontade de quebrar ele. Não que eu tenha algo contra o espelho, tenho contra mim. Me contenho e me declaro pronta para ir para a escola quando ouço Paulo me chamar no portão.

- Não está na hora de eu sair ainda, Paulo. - digo assim que o vejo. Abro o portão para que ele possa entrar.

- Vim te convidar para cabular aula. Quero te mostrar um lugar.

- Não sei...

- Sabe sim. Eu sei que você é nerd lá na escola, apesar de esconder e sei que já passou de ano.

- Preciso de dez pontos em matemática. - argumento.

- Sou ótimo em matemática, física e química - ele diz balançando seu saquinho de ervas. - Posso te ajudar a conseguir dez pontos. São só dez pontos e eu tenho certeza que você conseguiu todos e não está em recuperação.

- Duvido muito, fui muito mal na prova bimestral. Eu orei e chorei na prova, mas não foi o suficiente.

- Estou aqui para te salvar! Pode confiar. A matéria do segundo ano é muito fácil... Vamos! Não temos nada a perder naquele lugar. Somos passarinhos com oportunidade de escapar, não vamos ficar aqui. Vá lá e troque de roupa.

Eu sorrio e declaro derrota. Corro até a sala, mexo em minhas malas e pego uma blusa do Mickey e permaneço de chinelo. O bom de estar com Paulo é que não precisa estar bonita.

- Leve seu celular, bolsa com coisas de meninas, um biquíni, se for fresca pode levar um repelente e protetores. Ah, leve grana. - Paulo manda e eu obedeço.

★★★

Depois de muito pedalar, Paulo para em um supermercado. Ele diz para eu pegar comida, de preferência besteira. Após passar no mercado seguirmos caminho até um lugar super isolado.

- É meu lugar secreto! Poucos sabem que existe uma cachoeira aqui e ainda bem, quando descobrirem vão querer que paguemos para entrar. - ele deixa a bike dele perto de uma árvore e eu faço mesmo. Olhando para frente eu consigo ver a cachoeira.

Arranco minha roupa ficando só de biquíni e pulo na água me arrependendo imediatamente, esta muito fria.

Eu e Paulo ficamos ali por horas brincando na água, nadando e até fumamos um.

A presença do meu novo amigo sempre me traz alegria. Tudo bem que estamos um pouco drogados, mas Paulo em si já é uma droga e das boas, daquelas que te anima, te deixa bem alegre.

- Fazia tempo que eu não ria assim. - comento

- Estava andando com as pessoas erradas, gata. Sou amigo do Lucas, mas não me encaixo exatamente nesse grupo de pessoas, sabe?