Diário de uma Virgem

Surpresa

Ao chegar de volta ao apartamento de dona Tânia ela me mandou para um banho quentinho e me entregou outra roupa.

- Tome esse vestido e esse top para não ficar com os faróis acesos. - ela disse rindo.

Ri como há muito tempo não ria. Essa mulher é demais.

Tive que passar a noite na casa dela, pois ela não queria me deixar ir. Foi uma noite maravilhosa.

Ela me ensinou um pouco sobre costuras, ela disse que gosta muito de costurar e até mesmo fazer roupas. Disse ainda que quando jovem fazia todas suas roupas.

Vimos alguns filmes de comédia romântica, ação e ficção científica. Depois fomos nos deitar, ela me deixou dormir em sua cama novamente e eu dormi feito a bela adormecida.

Na manhã seguinte eu acordei mais alegre do que nos dias anteriores. Meu Astral estava diferente e começo a perceber que afastar meus amigos foi algo muito errado da minha parte.

Mando mensagem para as meninas dizendo que eu queria ver elas e se possível Lia, pois ela ainda está viajando. Mas fui ignorada. Visualizaram e não responderam... Vacas.

- O que foi Alisson? - André perguntou percebendo minha expressão triste.

- Não devia estar trabalhando ou na faculdade? - perguntei desviando do assunto. A verdade é que eu não queria falar sobre como afastei tanto meus amigos que agora me dão gelo. 

É lá que você deveria estar e não aqui me atormentando com sua presença, gostoso - penso

- Já fui na faculdade hoje, princesa. Agora estou aqui almoçando antes de ir trabalhar.

André só ilude. "Princesa"? Daqui a pouco está se esfregando com aquela sonsa. Veja bem, todos querem uma princesa e a princesa só perde para a rainha.

Céus, Micaela é rainha? Está mais para Bobo da corte se quiser, pois aquela lá não passa de uma plebéia

- Você estuda o que? - pergunto curiosa.

- Arquitetura.

Interessante... Já ouvi dizer que esse curso é caro e difícil.

- Hum. - respondo me fazendo de desinteressada

Tânia volta da cozinha com uma travessa de salada e nos pede ajuda para pegar o resto da comida.

Não seria mais fácil se todos pegassem sua comida da panela ao invés de colocar elas na mesa?

- Você vai morar aqui é? Está aqui até agora. - André alfineta.

Largo a panela de arroz no fogão, tiro uma mexa de cabelo do rosto, coloco a mão na cintura - Você é muito grosso! Se estou incomodando vou embora depois do almoço, na minha situação não posso recusar comida.

Ele me lança um olhar divertido e depois sai. Eu hein? Virei palhaça agora?

O almoço corre tudo bem, tirando a parte em que Tânia me oferece para o filho dela. Segundo ela, depois que me revelou sobre seus planos, não precisa mais ser sutil e eu tentei argumentar sobre como ela parecia ser contra e até repreendeu André.

- Naquela época não via vocês como um casal! Agora, você é minha amiga, e eu sei que as mocinhas vão muito a casa dos namorados, logo você irá viver aqui - sorri maliciosa.

- Desculpe, Ali! É que mamãe gosta muito de você - André fala me tirando das minhas lembranças. Olho para ele para ver um sorriso gentil e amigável.

Eu também gosta da Tânia e dele também.

- Todos aqui gostam de mim. - simplesmente falei. Eu poderia ter um pouco de diversão e eu adoro curtir com a cara de André que por sua vez riu para mim e me olhou tão intensamente como antes, causando uma série de sensações. Maldito.