Doente?

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Me aconcheguei mais naquele colchão macio e quentinho. Rolei na cama e senti um outro corpo.

Que corpo é esse?

Passo minha mão por um rosto, um lábio. Sendo sincera, demorei bastante tempo naquela boca carnuda.

Desci, passei a mão pelo pescoço, um peitoral bem trabalhado, um abdômen bem trabalhado.

OK. É um homem muito gostoso.

Estou ficando animada.

Desci tanto que passei a mão por uma ereção?

Eu começo a rir com a situação. Imagine, eu passei a mão no pênis de um desconhecido.

Rio mais alto e mais descontroladamente.

Que tarada eu sou.

Ai meu Deus, será que perdi minha virgindade? Imagina, seria uma... Horrível. Horrível porque eu não me lembro de nada.

Porque estou rindo disso?

De qualquer forma, minha alergia durou pouco. Uma risada masculinidade me fez voltar a realidade: Eu estava na cama de um desconhecido.

Sim, porque, veja...

Cama macia e quentinha + um corpo estranho + um pênis = não sei onde estou e nem o que fiz.

Decido abrir os olhos e percebo que o quarto está meio iluminado, pois já está amanhecendo.

Percebo que o quarto está um pouco bagunçado, algumas roupas jogando num canto qualquer.

Resolvi então olhar para o par de olhos me observando.

- André? - não estou entendendo mais nada.

- Ali? - ele imita minha surpresa, mas ele não é tão bom ator.

- O que estou fazendo aqui?

- Você estava bêbada, estava tarde e segundo seus fatos, sua mãe ficaria furiosa porque o namorado dela esta lá, isso me deixou curioso.

Desvio o olhar. Eu estava envergonhada. E era óbvio que ele ficaria curioso, até eu fico curiosa com suas reações.

- Obrigada. - sussurro. - D-desculpa por ter tocado no seu pênis e no seu abdômen e no seu peitoral e nos seus lábios.

Ele me encarou mais ainda. Olhou para meus lábios e depois se voltou para meus olhos. Seu olhar era puro fogo e eu só sei disso porque vi muitos filmes românticos e pornográficos também, mas não vem ao caso. De qualquer modo, essas coisas a gente sente e minha pele, queima, meus pelos se arrepiam, a agradável dor de barriga retorna.

- Imagina, foi um prazer.

Oh.

Olho para debaixo da coberta para ver se eu estava devidamente vestida e para meu alívio minhas roupas estavam onde deviam estar, no meu corpo.

Me levanto e começo a andar de um lado para o outro. Eu precisava ir embora, mas será que Andre estava em casa? E se Tânia me visse? Eu teria alguma chance se ela tivesse dormindo profundamente.

- Estamos na sua casa?

Ele fez que sim.

- Sua mãe dorme profundamente? Como a bela adormecida.

- As vezes. - respondi sorrindo.

"As vezes" é melhor que nada.

Prendo minha juba em um coque com um elástico. Passo a mão no meu rosto e caminho até a porta.

Diário de uma VirgemOnde histórias criam vida. Descubra agora