Diário de uma Virgem

Com Marcela

Acordo assustada com  um grito de Marcela. A garota estava surtando!

- Cala a boca, Mar! Minha cabeça está explodindo. - resmungo virando para o outro lado da cama.

Após alguns segundos sinto ela balançar meu corpo bruscamente. - Olha, o que eu fiz! Olha. - ela nem se quer me espera abrir os olhos direito para esfregar o celular na minha cara.

Com muito custo conseguir ver o celular, estava aberto em uma conversa do Whatsapp. Na conversa, o "amor" estava xingando ela de tudo o que é nome, fazendo um drama que só... Rolo a conversa para cima para ver o motivo de tanta bronca e fico abismada ao ver que além de Marcela ter dito que beijou outro cara, ainda tinha enviado uma foto.

Me lembro bem de quando tirei essa foto. Como ela foi parar no celular dela? Céus, será que fui eu quem enviei a mensagem para o Maurício? Isso com certeza é algo que eu faria, e não Marcela. Por outro lado, Marcela quando quer ser ruim é implacável.

- Responde. - ordeno devolvendo o celular para ela, mas me deixa no vácuo.

- O que? Responder o que? - ela reage três séculos depois, pois ainda estava em estado de choque. Sem ação e até destruída. Então, eu como amiga tomo uma posição, porque amigas são para isso.

Aproveito que seu celular está em minhas mãos e começo a responder as ofensas de Maurício.

- OK! Pode ser que eu saí para curtir a noite. Beijar alguém, dançar. Nada demais. - antes de enviar leio a minha resposta para Marcela, assim que ela confirma com a cabeça eu envio.

Segundos depois aparece que ele está digitando. Uma eternidade depois aparece a mensagem.

- Você me traiu. - apontou

Eu rio e depois leio para Marcela.

Aí meu Deus!

- Eu não trai ele! - ela diz revoltada. - Pode escrever aí que não o traí, que não temos mais nada. Que ele quis terminar perto de mais um final de semana para ficar de safadeza com as garotas de outra cidade.

Assim digitei e enviei. Ele demorou cerca de dois minutos para começar a digitar, estava pensando.

- Me dê aí. - Marcela pede. Alguns segundos mais tarde ela está com o celular no ouvido. - Em momento algum eu te trai. Eu só cansei de ficar em casa chorando todas as vezes que você brigava comigo por qualquer motivo, terminava e no outro dia via um monte de fotos suas em festas, bebendo e essas coisas. - ela olhou para mim, tirou o celular do ouvido por um tempo e colocou no viva voz.

- [...] Porque tinha motivos

- Quais motivos? - Marcela estava brava. É raro ela ficar brava.

- Ah, você sempre vai a festas...

- Você também. Outra - ela o cortou

- Sempre está com garotos

- Já expliquei que são meus amigos. Argh! Não quero mais saber dos teus motivos inexistentes, existe só um, não é? E esse motivo são seus amigos que insistem para gente terminar, então você vai lá, dá parabéns para eles, pois você não me tem mais como namorada! - ela foi firme. - E essa foto aí que te mandei é para você ver que eu não sou de se jogar fora por qualquer coisa. - ele tenta falar algo, mas ela não deixa. - E jamais volte a me tratar com falta de respeito e xingamentos, porque eu não sou bagunça.

- Então é assim? Acabou?

- Não ficou claro? Quer que eu desenhe? - perguntou irritada. - Tchau. - desligou o celular e aquela pose de menina forte sumiu por completo.