Na terça de manhã algo estava diferente, minha mãe já estava de pé e arrumando meu irmão.
- O que está havendo, mãe? Porque me acordou? - Léo perguntava sonolento.
- Está com aquela lata velha, não é? - ele fez que sim com a cabeça - Então vai levar a mim e o seu irmão para o hospital.
- O que aconteceu com o Bê? - pergunto preocupada.
Ela nem se dá ao trabalho de olhar para mim, apenas respondi - Está passando mal!
- Melhor ir no posto - respondo - Ele vai ser atendido mais rápido! No hospital vão internar ele por algumas horas.
- O que você sabe sobre crianças doentes? - ela gritou - Nada. Não me amole, garota. A propósito, você não vai para a escola hoje! Vai para o meu serviço me substituir. Ja conversei com meu chefe!
- Tá - respondo com a cabeça baixa. - Vou me arrumar. Não quero chegar atrasada.
- Bom mesmo - volto para o meu quarto e me sento na minha cama um pouco chateada com a atitude da minha mãe. Ela só me trata bem na presença das visitas e novas visitas, porque perto das amigas dela ela me trata feito o lixo de sempre.
Depois de arrumada eu saio de casa rumo ao trabalho da minha mãe. Pedalo por trinta minutos até chegar no meu destino ( tá achando que minha mãe me deu passagem para o ônibus? Não mesmo. Ela não fez).
Chego no restaurante na hora certa e todas as colegas da minha mãe me explicam o trabalho e eu logo pego o ritmo. Eu não sabia que um auxiliar de cozinha trabalhava tanto, peguei um monte de panela pesadas, lavei panelas, fiz a comida e quando eu dei uma sentadinha...
- Alisson, estamos com poucos funcionários hoje! Vá bancar a garçonete la fora. - Gisa, uma das cozinheiras fala me empurrando para fora. Tomando um arzinho fresco começo a fazer o serviço no salão!
De repente André e uns garotos entram no restaurante. Eu dou uma ajeitada na roupa, embora eu saiba que sou um caso perdido.
- Filha da Danúbia! - André me cumprimenta um pouco animado - Eu esqueci seu nome!
- Alisson!
Ele sorri. Que sorriso lindo, pai. - Não sabia que você trabalhava aqui! Também, eu não sei nada daqui... Só conheço umas pessoas, esses dois aqui - ele se refere aos dois amigos ao lado dele. Um era mais alto que o outro, mas em geral tinham o mesmo porte... Ambos eram bonitinhos, olhos claros, gente de academia, mas não se comparam ao André - Eles estão me apresentando a cidade. Na verdade, eu arrumei um emprego aqui pertinho!
- Que bom! Quer dizer, tá difícil o emprego!
- Está mesmo. Só consegui porque fui recomendado. Já que trabalha aqui, você recomenda o que para eu comer?
- Bem, eu fiz o Strogonoff e o arroz. Fiz as saladas também e assei a carne de porco.
Ele sorri novamente - Então, quero Strogonoff. - ele passa por mim, deixando seu delicioso cheiro no ar, uma mistura de amaciante e perfume, indo se servir. Quantos anos será que ele tinha? Uns 19, talvez... Ele é muito maduro para ter minha idade, 16 anos! Os garotos da minha turma são todos uns imbecis.
No final da tarde eu simplesmente estava acabada. Tinha sido liberada do serviço, mas eu estava cansada demais para pedalar, então me sentei no meio fio ao lado da minha bike.
- O que faz aqui, Ali? Jogada desse jeito? - levanto a cabeça para admirar o dono daquela voz maravilhosa.
André estava em um carro preto, era um desses carros populares.
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Diário de uma Virgem
Teen FictionComo é não pensar como uma virgem? esse é um pensamento recorrente na minha mente. Eu amaria saber! Eu não quero mais ser uma virgem, mas também não é tão simples assim deixar de ser uma virgem. O meu maior desejo é perder minha virgindade com um...