De castigo?

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- Lia, eu não vou poder ir na praça agora de noite! Minha mãe não quer me deixar sair, ela disse que eu tenho que ir dormir cedo, pois amanhã vamos fazer umas visitas para umas mulheres da igreja e como ela é membra nova quer causar boa impressão - falei com um certo deboche 

- OK, amiga. Tudo bem, assim eu aproveito para encontrar com o meu gatinho.

- Você ainda vai ter que me contar tudo sobre o Gabriel

- Não pretendo te esconder, docinho! Agora eu tenho que zapiar um pouco com meu boy - eu ri. Me despedi e desliguei o celular! Sexta a noite, sozinha em casa. 

Quando era nove horas, eu estava esperando a novela começar, mas o jornal pé no saco não acabava nunca. A novela finalmente começou, hoje o balacubaco é forte! Li que vai até rolar uns tapas na caras... Aí, como eu sonho em dar uns tapas na caras daquelas insuportáveis metidas a nerd, principalmente na cara da Adriele que se faz de boa aluna, mas cola até não poder mais.

- Me dê esse celular - ordenou minha mãe tomando o aparelho dá minha mão e depois desligou a TV - Está na hora de ir dormir.

- Não sou mais criança.

- Eu não perguntei! Agora para cama. O que Tânia vai pensar de você? Ela ja viu que você é feia e ainda não dorme? Pelo amor. Anda - me levantei e fui para minha cama olhar para o teto. Depois de um tempo o sono realmente veio.

★★★
Acordei com os gritos da minha mãe. Ela recrutou todos na sala para ditar como deveríamos nos comportar. Depois ela mandou todos para o banho, verificou se todos estavam muito bem limpos como se fôssemos ficar extremamente sujos dormindo.

Coloquei uma blusa branca e um vestido preto com estampa florida, de alcinha fina e com caimento nos joelhos. Coloquei um tênis e fui me concentrar na maquiagem.

Olhei para o espelho para conferir meu look perfeito, minha maquiagem nada pesada, na verdade eu passei um lápis, rímel e batom. Meu cabelo estava lindo, estaria mais ainda se fosse day after, pois estaria mais cheio. 

- Vai com essa roupa? Tem coisa melhor, não? - minha mãe questionava como se ela estivesse uma musa. A mulher colocou uma saia jeans com costura de flor nas proximidades do joelho, uma blusa rosa clara dizendo "Amo Jesus" e uma rasterinha. O cabelo então, mal escovado.

- De onde tirou essa roupa, mãe?

- Comprei ontem na loja de evangélicos. Lindos né!?

- Não força, mãe!

- Cala a boca, Ali... Senão fica de castigo. Vamos Bê. - ela chamou meu irmão. Ele estava uma graça, com uma bermuda jeans e uma blusa do Ben 10. Minha mãe estava achando um horror aquela blusa, mas nada o fez trocar. - Vocês puxaram a personalidade do traste do pai de vocês.

Léo estava concentrado na rua -estava nos levando de carro até o nosso destino -, até então não tinha falado nada, até agora - Mãe, quem não muda de ideia é você. Deixa papai fora da jogada! Também, como pode Bernardo ter puxado nosso pai se ele tem pai diferente?

Boa maninho.

- Traste é tudo igual, meu filho.

- Meu pai é maneiro - Bernardo contestou.

- Você tem toda razão, pedacinho do céu - minha mãe respondeu abraçando meu irmão. Meu ciúmes me matou, quando minha mãe falava mal do meu pai e eu tentava defende-lo, mesmo não me lembrando muito de sua face, ela me dava uma patada do tamanho da pata de um elefante.

Logo chegamos a casa da dona Tânia, na verdade era um prédio. Nos despedimos de Léo (ele vai encontrar uma das namoradinhas) e entremos no prédio. Subimos pelas escadas, pois não tinha elevador, e quando chegamos no quarto andar eu estava boa para ir para o hospital. Cadê as ambulâncias?

Diário de uma VirgemOnde histórias criam vida. Descubra agora