— O que tu tá fazendo aqui?
— Já disseram que tu fica linda toda suja de graxa? — ele invade a garagem.
— Isso aqui não é footloose pro cara novo na cidade chegar achando que vai conquistar a filha do pastor. — eu já estava ficando irritada com esse garoto.
— Eu não danço. — ele diz se aproximando e expressando um sorriso muito, mas muito, idiota.
— Repito! — jogo o pano que estava na minha mão sobre o ombro e fecho o capô do carro com força. — O que tu tá fazendo aqui?
— Eu vim te ajudar. — ele chega mais perto ainda e eu dou um passo para trás. Droga Sarah, sem parecer intimidada, por favor.
— Eu não preciso de ajuda. — levo as mãos até a cabeça e aperto minha colinha, endireitando minha postura.
— Mas me mandaram pra te ajudar, então eu pelo menos vou ter que ficar aqui algumas horas, mesmo que seja fazendo nada.
Ele estrala seu pescoço e vai até um canto da sala se sentando em um banco, então se joga para trás e eu o encaro, incrédula.
— Então pode continuar, eu observo. — ele abre um sorriso de canto. Que garoto insuportável.
— Meu pai vai chegar logo, eu não posso receber garotos. Então, com toda a educação do mundo, dá o fora daqui. — digo de forma sarcástica.
— Querida, foi ele quem me mandou te ajudar, então não se preocupe.
— Do que é que tu tá falando?
— Ele me pegou atrás da igreja... ãhm...
— Fazendo o que?
— Eu tava com uma garota...
— Atrás da igreja? Qual o seu problema? — cruzo os braços.
— Meu problema era — ele se inclina para frente como se estivesse prestes a contar um segredo. — que eu não teria capacidades fisiológicas de esperar para ir a qualquer outro lugar...
— Meu Deus, que nojo. — aperto os olhos.
— Não use Seu nome em vão. — ele levanta um dedo, debochando de mim.
— Idiota. Mas isso não explica por que...
— Como punição, ele achou que deveria ter algumas lições de uma jovem exemplar e que deveria conviver mais com pessoas de respeito e blá, blá, blá. — ele diz imitando a voz de meu pai. Tentando, na verdade.
— Ele não me disse nada sobre isso. Eu não sou ingênua e não vou cair nessa. Fora daqui. — aponto para a rua.
— Eu tenho certeza de que tu não é ingênua.
— Tu tá chegando no meu limite, Shawn. Eu não preciso aturar essa palhaçada, eu tenho um serviço pra terminar. -me viro, juntando as ferramentas.- A saída é serventia da casa.
— Eu não to mentindo, Sarah. — me assusto pela proximidade de sua voz e seu hálito quente contra meu pescoço. — Sou muitas coisas, mas mentiroso não é uma delas.
Me viro e vejo seus dois braços contra o carro, me prendendo, então empurro seu peito com as duas mãos.
— Para de exalar sexo, por um minuto, por favor. Eu tenho namorado.
— Ah, sim, sim. Claro que tem. — ele ri. — Achei que garotos não fossem permitidos.
— Eu realmente preciso que tu vá embora.
— Eu não posso. Se eu for embora, seu pai vai me reportar para minha tia e para a diretoria da escola. Eu cheguei à dois meses e já tenho duas notificações de atenção. Três delas e eles podem me expulsar.
— Porra! — levo a mão à boca. — Perdão. — ele ri e passa a mão pelo cabelo. — Como tu conseguiu duas?
— Respondi a professora de geografia. Dona Sullivan — ele faz cara de nojo ao pronunciar seu nome.
— Responder um professor não é motivo para receber uma notificação de atenção.
— Olha, do jeito que eu faço isso, é sim. — ele diz e eu suspeito que há algum orgulho em suas palavras.
— E o que mais?
— "Uso de drogas ilícitas em ambiente escolar". — ele faz as aspas com os dedos.
— Pelo amor... o quão idiota tu é?
— Acredito que o suficiente. — ele abre mais um de seus sorrisos.
Tudo bem, eu admito. Ele é bonito, mas também não é tudo aquilo. Ele pode ser bem alto, moreno e suas blusas ficam bem justas em seus braços, mas não vale a pena. Ele não é o tipo de garoto pra namorar, nem perto disso, ele simplesmente não faz o meu tipo. E eu tenho Brian. Estamos a dois anos juntos e nada, nem ninguém vai nos separar.
— Tá. Então tu tá falando sério em ter que me ajudar?
— Uhum.
— Por quanto tempo?
— Até seu pai decidir que eu sou um homem novo.
— Caso contrário?
— Caso contrário eu saio de Talladega e volto pra Nova Iorque.
— E que motivo te faz querer continuar no Alabama? — franzo o cenho.
— Eu não tenho motivo pra querer continuar aqui, especificamente. O que eu tenho, é motivo pra não voltar pra lá. Então, de qualquer forma, minha melhor opção é não arruinar minhas chances de terminar o ensino médio.
— Tu fez alguma merda lá, né?
— Para uma puritana, tu fala bastante palavrões, sabia?
— Eu não sou puritana. Apenas responda.
— Eu não tenho por que responder pergunta alguma pra ti. Nossa relação pode basear-se em nos encontrarmos todos os dias depois das 4 p.m. Dai a gente conserta essa lata velha e eu vou embora. — ele chuta o pneu do carro.
— Ei! Cuidado. — eu verifico se houve algum estrago e me levanto. — Sabe, eu não preciso fazer isso. Eu não preciso te ajudar, — lhe aponto o dedo e o empurro uma vez. — não preciso deixar que tu me ajude, — mais uma vez.- e eu não preciso fazer favor algum pra ti. — e mais uma vez.
— Ãhm... — ele pareceu confuso com a minha reação.
— Tu que precisa de mim. Então pensa bem se vai querer me tratar com respeito, por que pelo jeito, fazer isso aqui — aponto para nós dois. — dar errado, pode custar sua estadia em Talladega. E talvez uma das coisas que eu mais queira é que tu vá embora.
— Eu duvido muito. — eu continuo com meu dedo apontado e ele segura minhas mãos, e as prende em minhas costas, encostando todo o seu corpo no meu e causando ondas de calor que eu não soube definir.
— Eu já não te suporto, não tentar fazer isso comigo por que se não tu vai te mal. — me solto dele.
— Isso o que?
— Toda essa encenação de bad boy inconsequente. Domador e controlador. Comigo não cola.
— Eu não to tentando parecer nada.
— Tá, tá. — dou a volta por ele e abro a porta de casa. — Mas como tu disse, tu pode vir aqui às 4 p.m. Hoje o expediente acabou, então pode ir embora.
Entro em casa e fecho a porta sem nem olhar para trás.
***
Oi, genteee
Então, essa é minha primeira fic aqui no wtt e espero muito que vocês gostem.
Fiquem à vontade pra comentar e deixar o voto de vocês aí. Obrigada!!!!!!!
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Influence - [Shawn Mendes]
FanfictionNão era como se ter um relacionamento com Shawn Mendes fosse possível. Ele é o típico garoto novo da cidade que ganha os olhares de todos por onde passa, mas ele só fala comigo por que meu pai, o pastor, o obrigou a me ajudar na construção de meu co...