9 - Hoje não, Romeu.

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Ele me arrasta pela mão ao longo do corredor escuro, abre uma porta sem pedir permissão e me joga pra dentro da sala. Eu não pude pensar ou reagir quando ele me prende contra a parede segurando minha cintura com as duas mãos e encosta sua testa na minha. Ele é bem mais alto e mais forte que eu. Eu não tinha escapatória.

— O... o que tu tá fazendo?

— O que parece que eu to fazendo? -1 ele me pressiona mais contra a parede.

— Eu não acho que... — ele começa a colocar sua mão para dentro de minha blusa e passa a me segurar tocando em minha pele.- Você disse que não ia...

— Eu não vou. Eu não vou fazer nada, eu só queria... te tocar.

Eu o empurro e ele se assusta com a minha reação.

— Do mesmo jeito que tu tava fazendo com aquela garota no meio do corredor?

— O que? No... ah, a gente não tem nada. — ele diz andando de costas até a cama.

— Tudo bem. — balanço a cabeça. Eu não devia ter iniciado essa conversa. — Tu não me deve satisfação nenhuma... eu só queria ir...

— No banheiro. — ele se senta e aponta para a porta.

Por que ele aparenta estar tão tranquilo? Ele devia estar querendo se explicar, ou sei lá.

— Isso, no banheiro. — ele abre um sorriso de canto ao me ouvir.

— É tão fofinho o jeito de como tu é ingênua.

— Ingênua? — cruzo os braços. Eu vou me irritar com esse garoto. Ainda mais quando ele me vê braba e continua com esse sorriso estupido na cara.

— Sim, como se eu não soubesse que tu subiu me procurando. — merda. — Como se eu não soubesse que tu ficou com ciúmes quando me viu no corredor, talvez até com um pouco de inveja da garota.

— Meu Deus. Tu te acha tanto. E tu nem sabe o nome da menina.

— O nome dela não importa. Ela só queria transar comigo. — ele da de ombros, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

— Que nojo. Isso parece certo pra ti?

— Por que não? Eu não tratei ela mal e ela tava tendo o que ela queria... até tu estragar tudo.

— Eu estraguei? Ela te convidou pra ir pro quarto, tu não foi por que não quis. — comecei a gritar.

— Eu tenho um objetivo maior.

— Ah sim, claro que tem. Vamos pessoal, me avisem quando a Sarah estiver passando para eu deixar de comer alguma mina e bancar o bonzinho só pra ela ficar na minha e eu tirar a virgindade dela. Eu sei como tu é, eu já vi caras do teu tipo. E eles não me enganam. Tu não me engana. -aponto o dedo.

— Puta merda, Sarah. — ele passa sua mão pelo rosto e pelo cabelo, de forma nervosa. — Tu não pensa isso de mim. Eu tenho certeza de que tu não pensa isso de mim. Tu tá querendo o que? Fingir que tem algum motivo pra se afastar? Pra fugir?

— Eu não to fugindo.

— Tá sim. Tu veio aqui pra falar comigo. Eu sei que veio, só que tu perdeu a coragem e começou a inventar uma desculpa toda. Me julgando um babaca.

— Mas tu é um babaca.

— Ah, sou?

— Sim. Tu é o tipo de cara que tem que sair da própria cidade por que fez alguma merda e não deixa ninguém saber. É o tipo de cara que xinga um professor, que usa drogas na escola e que tem o maior desrespeito à igreja levando alguma garota pra trás dela. Alguma garota que tu provavelmente também não sabia o nome. Se tu não é um babaca, eu não sei o que tu é. — ele cerra os pulsos e vem em minha direção. Talvez eu devesse ter algum medo da reação dele, mas eu mantive minha cabeça erguida.

Influence - [Shawn Mendes]Onde histórias criam vida. Descubra agora