44 - Só me abraça.

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A última hora fica passando-se repetidamente em minha cabeça. Cada frase, cada movimento, cada detalhe.

Existe um grupo de pessoas armando-se para tirar meu pai do poder, destruir sua imagem e consequentemente a da minha família... e ainda querem minha ajuda para isso.

Mesmo comparecendo à missa todos os domingos, minha religiosidade nunca foi a das mais admiráveis e eu começo a me arrepender disso por não conseguir lembrar da cruz que eu cuspi para receber esse castigo.

Eu finalmente desbloqueio meu celular enquanto caminho pelas ruas escuras da cidade e noto quase inacreditáveis trinta e duas ligações de Shawn assim que avisto sua casa, então decido ir até ela ao invés de descer mais até a minha.

Quando subo sua escadaria tento achar a chave reserva que eu tenho certeza que Sônia deixou para o sobrinho, considerando sua falta de responsabilidade. Eu a encontro depois de uns minutos em baixo de uma decoração em um vaso de flores do jardim, então entro na casa.

O hall de entrada parece mais frio que o comum e a esse ponto, meu queixo já estava doendo de tanto tremer.

Eu não tenho certeza do que eu vim fazer aqui, mas voltar para minha casa não era uma opção e de qualquer forma, Shawn estará aqui em algumas horas.

Abro a porta janela e me direciono para a casa da piscina, entrando nela e ligando a luz.

É a terceira vez que eu venho aqui e os sentimentos que me surgem ao ver sua cama são tumultuosos e conflitantes entre ódio ao lembrar de Chiara e uma vontade incrível de vê-lo ao lembrar do que ele fez comigo ali.

Dou uma volta pelo cômodo e mexo em alguns de seus pertences. Me admiro por seu gosto musical variada de Drake a John Mayer, o teclado no canto e o violão empoeirado ao lado dele. Talvez ele toque...

Abro sua gaveta e pego um de seus moletons, então vou até seu banheiro e acho seu perfume, dando dois jatos no tecido antes de tirar toda a minha roupa e vesti-lo.

Eu acabo dormindo rápido ao me deitar em seu colchão.

***

— Ei... — meu ombro é balançado e sinto lábios rocarem-se nos meus. — Sarah, tu me assustou.

— Shawn? Oi... oi, eu... — me sento e o abraço por um longo e relaxante tempo. — Desculpa ter vindo... — sussurro e ele segura meus ombros para me olhar.

— Desculpa? Obrigado por ter vindo. Eu tava quase me desesperando... eu não conseguia me lembrar do endereço que eu vi na mensagem... eu invadi o teu quarto e a tua mãe quase me viu. Por que tu não me atendeu?

— Shawn, aquilo foi uma loucura.

— Então, tu foi mesmo? — sua expressão se fecha.

— Eu não quero discutir. — lhe olho e ele suspira.

— Mas quer me contar o que aconteceu?

— Agora não. Só me abraça. — digo e ele o faz, apertando seus braços em torno de mim.

— Tudo bem. — ele diz baixo, acariciando meus cabelos. — Eu to feliz em te ver. — ele segura o meu rosto e me beija. — Tu vai ficar aqui até de manhã?

— Que horas são?

— Quatro e meia. — diz e eu assinto.

Influence - [Shawn Mendes]Onde histórias criam vida. Descubra agora