18 - Vai ficar tudo bem.

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Me levanto com dificuldade e ele me ajuda a me manter em pé, me segurando sob um braço e colocando o meu outro em torno de seu pescoço, e então começa a andar, me dando apoio.

-Onde... pra onde tu tá me levando?

-Eu vou te levar pra casa.

-Mas eu... nós... -volto a chorar. Merda.

-Nós não vamos passar pelas pessoas, não te preocupa. Eu sei o caminho até o estacionamento pela floresta. -ele diz e eu sinto meu corpo pesar.

-Eu acho que vou desmaiar.

-Não, tu não vai. -ele diz firme e segue.

O caminho até o estacionamento foi silencioso e estava me sentindo dopada pelo álcool.

Vamos até o carro, ele me senta no banco e prende o cinto de segurança sem olhar para mim.

-Brian 4, Shawn 4.

-O que? -ele me encara confuso.

-Nada, não. -então fecha a porta e da a volta no carro para se sentar no banco do motorista. O liga e começa a dirigir.

Eu já não estou mais chorando e a vontade continua, mas eu estou me segurando tanto quanto ele parece estar pra gritar. Eu posso ver em seus ombros e em suas mãos em torno do volante o quão tenso ele está.

-Fala alguma coisa. -minha voz sai fraca.

Ele muda a marcha e aumenta a velocidade, sem dizer uma palavra.

-Fala alguma... -tento repetir, mas ele me interrompe.

-O que tu tava fazendo na floresta, Sarah? -ele diz irritado.

-Eu... eu tava...

-Tu não devia ter ido até lá sozinha. Tu sabe que não conhece a floresta. Por que tu foi pra lá? -ele diz com muita raiva, mas com raiva de que? De mim?

-O que tu fez com eles?

-O que tava com a câmera, bastou um soco que ele caiu no chão e o outro, eu quebrei o nariz e provavelmente a mão dele. -ele diz com mais raiva ainda.- Aquele merda não vai nem poder mais se masturbar. Se ele tivesse encostado em ti... eu... -ele quase grita de e eu comecei a me assustar. Ele olha pra mim.- Ele encostou em ti?

-Para o carro! -lágrimas voltaram a escorrer.

-Sarah, me desculpa, eu...

-Para o carro. -grito e ele obedece.

-O que tu vai... -tiro o cinto, abro a porta e tudo o que eu faço é vomitar todo o álcool que eu havia ingerido. Minha cabeça dói e está pesada. Eu volto a me sentar no banco e limpo minha boca com as costas da mão.

-Eu não quero ir pra casa. Eu não quero ficar sozinha, por favor. Não me deixa ficar sozinha hoje.

-A gente vai pra minha casa, tu não vai ficar sozinha. -ele diz e coloca a mão em minha coxa.

Sem nem perceber, eu me arrepio de uma forma negativa e meu corpo treme ao seu toque. Ele percebe e tira a mão.

-Desculpa, eu não quis... -ele diz nervoso.

-Não, tudo bem. -tento sorrir para ele, mas não consigo.

[...]

Assim que chegamos em sua casa, eu a reconheço. Ela fica um pouco deslocada da vizinhança e é tão linda e grande. Quem me dera morar em um lugar como esse.

-A sua tia...?

-Ela não passa mais os fim de semanas aqui, fica na  casa do namorado, por que o filho dele vai pra casa da mãe. Algo assim. -ele da de ombros e sai do carro para abrir a porta pra mim.

Influence - [Shawn Mendes]Onde histórias criam vida. Descubra agora