63 - Se um genro for preciso pra isso...

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Shawn's POV

Assim que a noite foi chegando, fui até o hospital e busquei Sarah, que deixava explícito em sua feição que o dia não havia sido bom.

Nós fomos com a sua mãe até a sua casa e ela conseguiu me sussurrar pelo caminho que irmos a casa da Santana não seria um problema, o que me deixou feliz, mas Sarah não estava, então eu... não sei, fiquei confuso, mas não achei uma boa ideia perguntar durante o trajeto.

— Não quer ficar aqui hoje? — ela pergunta assim que entramos na casa. — A gente pode cozinhar, assistir algum filme... eu também tenho que estudar e...

Eu fecho a porta e me viro para as duas.

— Eu cozinho e tu estuda, tá bem? — Sarah assente e eu beijo seus lábios ao segurar o seu rosto. — Pode deixar comigo, Sra. Evans. Talvez tu deva descansar... — digo e ela assente, pondo a mão sobre o ombro de sua filha.

— Ele é um bom garoto e eu preciso sim de um banho. — diz para Sarah e olha para mim. — Obrigada pela carona... — eu sorrio para ela, que acaba se virando e subindo as escadas.

— Eu devo perguntar o que aconteceu? — me aproximo de Sarah e ela me olha.

— O meu pai consegue ser um idiota até hospitalizado. — ela resmunga. — Ele não nos quer por lá, tudo o que ele quer é trabalhar, trabalhar e trabalhar. — ela bufa indo até a sala e se joga no sofá.

— O que eu... posso fazer por ti? — pergunto aproximando-me dela e me ajoelho ao seu lado ao levar a minha mão sobre a sua sobre seu peito.

— Tu já tá fazendo. — ela sussurra e se inclina para levar os lábios aos meus. — Eu também preciso de um banho e já desço, tá bem? — eu assinto e Sarah se senta, acariciando o meu rosto antes de me dar um longo abraço e se levantar.

Vou até a cozinha e começo a remexer nas coisas para tentar achar seus devidos lugares e essa sensação me faz bem, ter um motivo para conhecer a casa de Sarah me deu um sentimento de... não sei, pertencimento?

Parece que talvez só quando eu me acostumar com isso daqui, ou quem sabe ser aceito pelo seu pai, as coisas realmente se tornarão reais e depois desse mês longe, quem sabe a gente já não possa começar a nos organizarmos para a faculdade... porque o que eu mais quero é que a gente fique junto pelos próximos quatro anos.

É, eu sei que isso é pensar longe demais e talvez eu esteja soando de forma estúpida pra vocês e me precipitando, mas que mal tem?

Coloquei um álbum antigo do Kanye West para tocar — não muito alto, por conta de sua mãe — e Sarah desceu as escadas dançando com uma regata e um short de moletom, mesmo nesse frio, o que quase me fez xinga-la, mas eu me segurei.

Ela carregava alguns livros e se movimentava no ritmo da música, mas de uma forma tão desajeitada e adorável que eu só pude sorrir enquanto ela se aproximava e largava seus pertences na bancada.

Joguei meu casaco nela enquanto fritava a cebola e cortava os pimentões para o meu molho, me esforçando ao máximo para não queimá-los, e ela o colocou, vindo até mim e me abraçando por trás.

— O teu cheiro é tão bom. — digo e ela enterra o rosto nas minhas costas, o que me faz sentir os seus cabelos molhados. — Tu devia secar o cabelo, meu bem. Ainda mais nesse frio.

— Preguiça... — ela murmura e eu baixo o fogo, me virando para Sarah e enfiando meus dedos em seus cabelos para afastá-los de suas costas e ela já aproveitou para fazer um nó com as mechas no topo de sua cabeça.

Influence - [Shawn Mendes]Onde histórias criam vida. Descubra agora