Influence - [Shawn Mendes]

33 - Ela sabe da gente, Sarah.

O almoço atrasou e já era de se esperar. Meu pai anunciou oficialmente que será o novo prefeito da cidade no final da missa e por mais que Talladega pareça — e seja — pequena, há dois jornais e um canal local — aquele mesmo que anunciou o adultério do prefeito Vanske em primeira mão. — Por isso, assim que a manhã acabou, meu pai foi obrigado a dar um pouco de seu tempo à todos eles.

Eu vim pra casa mais cedo, mas minha mãe o esperou e me encarregou de avisar à Shawn e Sônia para virem mais tarde. Mas adivinhem? Não deu tempo.

Os dois chegaram no momento em que eu peguei meu celular para ligar para eles.

— Ei, oi. — Shawn diz e sem pestanejar se coloca pra dentro da casa.

Ah, só pra avisar: eu não to falando com ele.

— Trouxemos vinho. — Sônia o entrega pra mim e sorri olhando em volta. — Eles ficaram presos lá, não é?

Sua postura e suas roupas a tornam uma mulher extremamente elegante e olhando bem, eu consigo notar alguns traços semelhantes aos de Shawn. Mesmo jovem — talvez até demais para ter que tomar conta de um garoto de dezenove anos — ela transmite bastante maturidade só na maneira de andar ao lado de seu sobrinho.

— Eu já ia ligar pra vocês. — lamento, mas ofereço a casa para eles esperarem.

— Não há problema algum, querida. Nós podemos abrir isso aí. — ela olha pro vinho e sorri.

— Oh, claro. — lhe alcanço, mas quem o pega é Shawn.

Ando até a cozinha para pegar o abridor e ele me segue, enquanto sua tia vai se acomodar na sala.

— Tu não tá olhando pra mim. — diz enquanto eu abro todas as gavetas.

— Eu sei.

— É por causa de ontem? — eu não respondo e em meio segundo sinto seu corpo contra o meu e lhe afasto em um pulo.

— Shawn! — o repreendo. — Sua tia. — ele apenas estende a mão, como se esse fosse seu objetivo desde o início e nela está o objeto que eu estava procurando.

— Tava em cima da mesa, linda. — diz suavemente e eu fecho minha expressão.

— Não me chama assim. — arranco o abridor de sua mão, mas ele o pega de volta.

— Deixa que eu abro. — pego as taças e Shawn as serve. — Tu ainda não tá me olhando. — diz e eu apenas o ignoro.

E seguiu dessa forma por quase meia hora. Continuei minha conversa com Sônia sobre sua mudança — obviamente sem falar sobre o motivo — e Shawn fazia algum comentário de vez em quando.

Mas parece que Sônia notou que algo estava acontecendo entre nós enquanto ele não parava de me encarar e deixou bem claro quando bateu nas duas pernas e se virou para seu sobrinho sentado na poltrona à minha reta.

— O que é que tu fez? — ele arregala os olhos pra mim.

— O quê? Nada!

— O que tá acontecendo? — ela larga a taça de vinho na mesa e olha pra mim.

— Tia, eu não fiz nada. — ele se defende.

— Ele fez alguma coisa? — pergunta a mim.

— E-eu não sei do que tu tá falando.

— Da pra ver nos olhos dela que ela tá com raiva de ti, Shawn. Aconteceu alguma coisa no baile?

— Shawn...? — olho praticamente desesperada para ele me explicar o que tá acontecendo.