Influence - [Shawn Mendes]

67 - Perdão.

Boa sorte!

É tudo o que eu posso dizer...

***

— Ei, ei, ei, ei... — a voz aumenta aos pouquinhos, mas permanece um tanto baixa. — Ei! — eu me assusto e acabo me despertando.

Era Shawn cutucando a minha perna com o seu pé. É, isso mesmo, ele me acordou usando o pé.

— Oi? O que tu...? — esfrego os meus olhos e vejo Shawn sentado na minha direção mas um pouco afastado com uma bandeja em mãos. — O que é isso?

— Café da manhã! — diz e me estende as mãos e então eu noto os sanduíches, frutas e o suco. — É de melancia, porque eu não achei que algo ácido faria bem e também tem bastante água, mas... — ele inclina o outro lado da bandeja e eu noto um copo d'água. — De qualquer forma, toma esse aqui antes.

— Eu... — começo a me sentar. Isso significa que tá tudo bem entre nós dois?

— Isso não significa que eu esqueci do que aconteceu ontem, tá? Mas eu vou te dar o teu tempo pra tu voltar a ser tu mesma e então... — ele por acaso leu os meus pensamentos?

— Entendi. — digo e aperto os olhos por conta da luz e tontura que me veio por ter me movimentado rápido e já noto o comprimido ao lado da água.

Ok, ele pensou em tudo e ainda se preocupa comigo. Talvez ele não me odeie, afinal.

— Mas... tu tá te sentindo bem? — pergunta enquanto eu tomava o remédio.

— Considerando que quando eu te responder que sim tu vai me... como tu disse ontem? Me descascar? É... então não, eu não to nada bem e por tempo indeterminado. — digo não expectativa de arrancar um sorrisinho seu, mas nada.

— Então tu te lembra? De tudo?

— Infelizmente eu acho que... — cubro meu rosto. — É, eu acho que lembro de tudo que eu fiz. — digo baixinho e ele larga a bandeja na cama.

— Então tu sabe que tu tem que comer bem e sair da ressaca. — eu assinto e o observo comer a minha frente, tomando o seu suco de laranja... ele sabe como eu gosto de suco de laranja. Inferno.

— Olha, Shawn... — começo a dizer, mas ele nega com a cabeça.

— Nada disso, come antes, depois a gente conversa, tá bem? — eu assinto e ele trata de terminar o seu sanduíche em tipo, umas quatro mordidas, enquanto a minha primeira havia sido bem lenta e difícil.

Eu termino de comer e vou ao banheiro, um pouco enjoada ainda, mas eu estava fazendo de tudo para não vomitar, até porque eu já passei vergonha suficiente perto de Shawn ontem, de tantas maneiras.

Lavo o meu rosto e nem a água praticamente congelada me fez despertar, meu corpo continuava pesado e haviam olheiras profundas sob os meus olhos. Ao mínimo meu cabelo estava bom e não havia nada que um bom corretivo não resolvesse, ao menos quanto ao meu rosto...

Voltei ao quarto e Shawn não estava mais lá, nem a bandeja e a cama estava arrumada, quer dizer... ele havia tirado os lençóis e provavelmente os guardado em sua mochila ou levado ao carro, considerando que eram seus.

Cheguei a andar pelo quarto e espiar pela janela se ele estava por lá, mas não havia sinal de ninguém além de Bimbo, o cachorro da Santana, que brincava com um graveto.

Me vesti rapidamente e esfreguei as minhas têmporas, na intenção de diminuir a pressão em minha cabeça, mas se nem o remédio fez muito por mim...