Influence - [Shawn Mendes]

32 - Sua filha é milagrosa, senhor.

Não consegui trocar sequer um par de palavras com meu pai desde que ele simplesmente jogou na nossa cara a notícia que será prefeito.

Procuro Shawn por toda a parte, mas parece que ele foi embora sem me dar tchau e isso não fez o menor sentido, por que eu tenho quase certeza que estávamos de boa um com o outro.

Entro no carro com minha mãe e esperamos juntas até meu pai chegar.

— Meu amor, me desculpa por todo esse transtorno. Eu nem consegui te perguntar, como está Brian?

— Ele tá... tá bem. Eu só queria saber mesmo como tudo isso aconteceu.

— Isso...?

— Prefeito Vincent Evans. — digo com a minha melhor voz de locutor.

— Estávamos planejando isso a muito tempo, Sarah.

— Isso o que, exatamente? Por que aquilo ali — aponto para a polícia que permanece plantada em frente a escola, mesmo que minha mãe não consiga me ver. — não me parece muito organizado.

— Não, meu amor. Esse definitivamente não é o melhor lugar, nem a melhor situação, mas de qualquer forma, era a hora certa pra anunciar. A cidade precisa dele.

— E não podiam contar pra mim e pra Ellen?

— Não... — ela se vira pra mim no banco do carro. — Não era seguro. Mesmo que pareça impossível, tem gente que não apoia seu pai, filha.

— Quem? — franzo o cenho.

— Isso não importa. — diz nervosa e volta a olhar pra frente, no mesmo instante que meu pai entra.

— Oi queridas. — ele bota apenas a cabeça pra dentro do carro e eu quase caio quando a porta que eu estava encostada também abre.

— Oi. — o moreno alto sorri pra mim e começa a me empurrar pro lado, para se sentar no banco.

— Shawn? — cochicho confusa e ele apoia a mão em minha coxa quando meu pai tira seus olhos de nós e entra no carro.

— Eu achei o garoto querendo ir a pé pra casa. — meu pai diz.

— Por mim não tem problema, mas eu não iria me desfazer do favor. Obrigado. — diz e só eu notei a falsidade em sua voz.

— Nem tem do que agradecer, Shawn. — minha mãe diz. — É exatamente isso que faremos agora, então nem tente se enjoar de nós. — ela diz rindo.

— Como assim? — pergunto e Shawn se mexe desconfortavelmente ao meu lado.

— A Sônia pediu para que tomássemos conta do garoto dela, já que ele decidiu terminar a escola aqui.

— Ah, é? Quando ela falou contigo, mãe? — digo olhando pra Shawn e ele me encara, mordendo o lábio inferior de nervosismo.

— Me ligou no meio da semana, não sei que dia. Por que, filha? — olho para Shawn e um sorriso se forma em meu rosto.

Isso significa que ele decidiu que ficaria aqui mesmo quando estávamos sem falar com o outro.

— Nada não. — digo e estendo a mão sobre suas pernas e ele a segura. — Onde é que tu vai morar?

— Na casa da minha tia, mesmo... sozinho. — diz e aperta minha coxa.

— Pode ficar tranquilo, que família tu vai continuar tendo, Shawn. — minha mãe diz. — Pode contar com a gente pra o que precisar. Até umas aulas de culinária.

— É... — ele ri. — Eu acho que vou conseguir me virar bem.

— Eu gosto muito de ver essa sua atitude, Shawn. — meu pai comenta. — De umas semanas pra cá eu noto uma diferença de comportamento, exatamente o que eu estava esperando.