4 - "Só depois do casamento".

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Já era quase cinco horas e óbvio que ele estaria atrasado.

Eu já estava trabalhando no carro à um ano. Ele era delicado e as peças eram específicas, além de caras. Então, muitas deles eu mesma estava fazendo. Ou construindo-as a partir de outras velhas. O que demorava, e muito.

Uma mão a mais de alguém que sabe do assunto não seria nada mal e eu realmente esperava que Shawn soubesse um pouco.

— Eai, graxuda. — sua voz surge do nada justamente em um momento crítico do encaixe do pivo superior e acabo batendo com a cabeça no capô levantado.

— Filho da...

— Olha a boca. — ele me interrompe e eu me levanto.

— Do que tu me chamou?

— Na tua frente ou nas tuas costas?

— Agora!

— Na tua frente, então. Só que nas tuas costas.

— O que?

— Tu tava de costas pra mim... ah, esquece. Eu te chamei de graxuda. Sabe, por que tu tá sempre
suja de graxa.

— Meu Deus, Shawn. — levo a mão à testa.

— Agora tá mais suja ainda. — ele ri.

— Shawn, graxudo é um animal gordo.

— Também serve. — ele da de ombros e eu estreito os olhos. — Então, me diz...

— Tu sabe que tá atrasado, certo?

— E tem problema?

— Se a gente quiser que isso funcione, a gente vai ter que estabelecer algumas regras. Eu vou estabelecer umas regras. E a primeira delas é não se atrasar. — digo e me viro para voltar a mexer no carro.

— E o que eu tenho que fazer exatamente? Além de apreciar a vista, é claro.

Arregalo os olhos ao perceber que ele estava falando de mim, e da minha posição que era um pouco... comprometedora. Eu estava enfiada dentro do capô e minha bunda com certeza era seu foco.

— Só para disso.

— Disso o que?

— De me provocar.

— Eu to te provocando? — ele se aproxima.

— De tentar me provocar. — corrijo e me levanto novamente.

— Eu tinha pedido uma roupa sexy. — ele me olha de cima a baixo e eu abro a boca para falar, mas ele me interrompe. — Mas assim tá bom, da mais liberdade pra imaginação.

Eu estava vestindo uma regata azul e um macacão jeans claro. Não era nada atraente, considerando o cinto de ferramentas em minha cintura.

— Eu não to aqui pra te satisfazer visualmente.

— Tu poderia me satisfazer de muitas outras formas. — ele sorri e eu tento ignora-lo.

— Tu tá aqui pra me ajudar, por que caso o contrário, você vai embora do Alabama.

— Não é bem assim...

—Eu sou uma de suas chances, então não estraga isso e trate de colocar a mão na massa.

Ele tira o casaco e o prende em sua cintura. Nessa hora pude perceber no que Clary havia comentado.

Seus braços são realmente grandes e eu fico levemente curiosa em saber o que tinha por baixo de sua camisa, mas desvio o olhar quando vejo que ele percebeu que eu estava encarando-o. Então ele vem e uma vez na vida, faz o que é pedido e me ajuda.

Influence - [Shawn Mendes]Onde histórias criam vida. Descubra agora