45 - Quem vai morrer sou eu.

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— Sarah? — a voz de meu pai é confusa, mas raivosa ao mesmo tempo.

— Ele vai me matar. — digo e nós dois fechamos a porta, e eu a tranco antes de olhar para Shawn.

— Ele vai te matar? Ele é teu pai, quem vai morrer sou eu. — seu desespero é tão grande quanto o meu, o que quase me faz rir. — Tu tá rindo?

— O quê? — é, eu nao estava quase rindo, eu comecei a rir.

— Sarah! — socos fortes são dados contra madeira da porta. — O que é que tu tá fazendo aqui?

— Calma, Vincent. — ouço a voz de Sônia antes de olhar para Shawn e ele noto o medo em meus olhos, então ele aproxima sua boca de meu ouvido.

— Corre pro quarto, te veste e a gente sai pelo lado. — ele se afasta e eu obedeço.

Quando chego na garagem, Shawn já está em seu carro e quando eu entro, ele abre o portão e saímos de lá. Eu nem me atrevo a encarar meu pai.

— Escola? — ele pergunto e eu assinto. — O que o impede de ir até lá e te tirar da sala?

— Com esse trabalho novo, eu fico em segundo plano. Ele não vai deixar de ir foder a cidade pra me dar sermão. — ele suspira.

— Por que ele me odeia?

— Ele não te odeia, ele odeio o teu pai.

— Eu não sei por que a gente tá fugindo ao invés de enfrentar o cara e contar que a gente tá junto... — ele me encara. A gente tá junto.

— Eu não posso ver a cara dele agora. — eu já avisto a escola e mesmo com a distância curta, Shawn não diminui a velocidade.

— Isso ainda é sobre ontem? Sarah, alguma hora tu vai ter que me contar... — nego com a cabeça repetidamente. — Sarah...

— Eles fizeram o que disseram que fariam, Shawn. — ele estaciona o carro e eu fico em silêncio até o motor desligar. — Eles me disseram muita coisa... — lhe olho. — coisas que eu acredito.

— Tu ainda não vai me falar o que eles disseram, não é?

— Algumas delas envolvem o teu pai... — aperto os olhos. — E a minha mãe. No caso, os dois juntos, sei lá.

— O quê? — ele junta as sobrancelhas.

— Quando teu pai foi embora, aparentemente ele não roubou a empresa do meu pai... quer dizer, roubou, mas a ideia foi da minha mãe e eu tenho certeza que aquele velho insinuou que nossos pais tinham um caso.

— Isso seria...

— Estranho? É, eu sei.

— Mas por quê tua mãe faria isso?

— Meu pai tava usando a empresa pra acabar com o outro lado da cidade e ela não gostou da ideia.

— Mas...

— Shawn. — lhe repreendo.

— Tudo bem, sem perguntas.

— Obrigada. — ele me beija. — Só mais uma coisa... — ele afasta seu rosto do meu. — Uma das pessoas que tava lá era... — fecho minha expressão, quase desistindo de falar.

— Quem, Sarah?

— A Clary.

O quê? A tua amiga loira que gosta de garotas, meio irritadinha, mas que só late e não morde?

— Essa mesma e eu ainda não sei o que eu sinto sobre isso. Ela mentiu, me manipulou, me enganou e...

— Sarah, tem certeza disso? — eu lhe encaro. — Eu já vi vocês juntas e é impossível que ela tenha mentido todo o tempo.

Influence - [Shawn Mendes]Onde histórias criam vida. Descubra agora