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No meu sonho eu estava em um deserto, porém não estava sozinha, havia uma grande multidão.

Eu estava dentro de um carro e sem qualquer tipo de cobertura no rosto,olho para os lados e vejo diversos carros enfileirados.

Neles eu podia ver meus irmãos, Justin, Nathanael e o homem mascarado, eles me olham sinistramente e subiu uma arrepio por minha espinha.

Olho para frente e vejo Priscila, ela estava com um sorriso carregado de pura maldade, em suas mãos ela tinha uma bandeira xadrez, ela olha para todos os corredores até que seu olhar parou em mim,  senti meu coração falhar uma batida.

ESMERALDAAAAAAA!! — Ela gritou porém não era a voz de Priscila e sim do Justin.

Acordo sobressaltada com meu coração disparado,  ainda escuto os gritos porém eles são mais reais e identifico como de Justin.

Me levanto da cama e corro para o quarto dele,  não o encontro na cama e sim no chão.

Ele está enrolado nas cobertas e se debate, ele diz coisas que não consigo definir,  pego em seus ombros e chacoalho ele.

— Justin!! Justin!!  — Ele não acorda, vejo que está todo suado e sua voz começa a falhar.

— Por favor não, não vai, fica fica,  por favor!!  — ele continua a se debater.

— JUSTIN!!  — Grito e ele acorda em um salto.

— O que houve?  — Ele fala meio perdido.

Percebo que estou em cima dele e suas mãos vão para minha cintura,  saio rapidamente ficando de joelhos no chão.

— Eu não sei, você estava gritando então eu vim correndo.  — Explico.

Ele se levanta e volta para cama, continuo ajoelhada apenas o observando.

— Bem... Acho melhor eu ir, precisarei acordar cedo e bom são... — Olho para o relógio na parede.  — 03:00 AM.

Me levanto e começo a caminhar até a porta, vejo que ele me observa,  assim que encosto na maçaneta escuto sua voz rouca e baixa.

— Você...bom...poderia ficar aqui?  — Minha respiração acelera.

— Não acho que seria...

— Só até eu dormir, por favor fica...

Meu coração se aperta e lembro dele gritando desesperadamente.

Ele realmente quer que eu fique.

Volto para a cama e vejo ele retirando a blusa.

— O que acha que está fazendo?!  — Pergunto assustada.

— Acho que não seria legal dormir com essa roupa molhada, mas fique calma não tocarei em você.

Me acalmo e vejo ele jogando a blusa em um canto qualquer do quarto, vejo suas tatuagem e então lembro daquele dia no vestiário, minhas bochechas queimam e seu olhar o entrega mostrando que também lembrou.

Me arrumo debaixo dos cobertores e sinto a cama se afundar.

O silêncio reina e apenas escuto nossas respirações, não tenho certeza se ele dormiu.

— Justin?!  — Falo baixinho.

— Hm.  — Escuto ele resmunga.

— Bem agora que a gente...bem esquece não é nada.

— Tem certeza?!  Porque eu acho que quer me perguntar algo importante.  — Ele fala e começa a se mexer na cama.

— Absoluta.  — ele suspira e voltamos ao silêncio.

Quando acho que ele esta dormindo,  ele fiz como se estivesse pensando em voz alta.

— Eu...eu tinha 18 anos quando namorei a Priscila, eramos vizinhos sabe,  eu, Nathanael e Priscila,  todos diziam que eu e ela tinha uma "química". — Ele faz aspas no céu. — Entende? 

Me viro para ele e vejo que seu olhar está intenso e cheio de mistérios.

Concordo com a cabeça e espero ele continuar.

— A gente namorou durando 2 anos, ai você ja deve saber eu peguei Mateus e ela na cama, depois disso nunca mais fui o mesmo e sentia e nunca voltaria a ser...

— E Marcela?  — Pergunto baixinho.

Ele parece não ter escutado, olhava para o teto como se estivesse pensando em algo tão profundo que minhas palavras não tinham sido escutadas.

— Marcela!?... — Ele ri — Marcela sempre esteve em minha vida, eramos amigos, melhores amigos para ser sincero, quando terminei com Priscila ela foi minha luz por um tempo,  até eu perceber que ela me arrasta junto com ela para a escuridão, ela terminou de destruir toda a credibilidade que eu tinha no amor.

— Como?  — Ele suspira de novo, não me encara, porém sabe que estou esperando a resposta.

— Marcela era muito complexa...muito difícil de desvendar e continua assim, minha história e de Marcela sempre vai ser algo a ser desvendado. — Então ele fecha os olhos sem dizer mais nada.

Sua respiração se sincroniza e seu peito sobe e desce com tranquilidade.

Não sei o que pensar de Marcela e todo esse mistério, eu nem sei o que deveria pensar sobre tudo isso.

Volto a ficar de costas para Justin e meu subconsciente me deixa descansar pelo uma vez em muito tempo.

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