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Chego em casa e já sinto a tensão no clima, vejo a cara seria dos meus irmãos e já sento na sofá.

- O que houve? - Digo abraçando uma das almofadas.

- Mamãe ligou! - Lorennzo começa a dizer.

- E parece que iremos ter que voltar para Itália. - Pietro termina a sentença.

- Que? Como assim? Eu acabei de chegar. - Me levanto, mas Lorennzo me puxa de volta para o sofá.

- Esse iremos não inclui você. - Pietro fala.

- Oi? - Encaro ele.

- A mamãe ligou e disse que o pai está com aquela conversa de quem será a responsabilidade da máfia e tudo mais. - Reviro os olhos enquanto Lorennzo fala.

- Não adianta fazer essa cara meu anjo. - Pietro joga a almofada em mim. - Esse assunto sempre foi muito comentado em nossa família.

- Assunto muito discutindo você quis dizer. - Solto um riso irônico.

- Enfim a gente vai ter que voltar. - Ele aponta para Lorennzo e ele.

- E quando vocês vão?

- Amanhã de tarde, papai quer a gente o mais rápido lá.

- O Arthur vai? - Pergunto.

- Todos os meninos da família, Nós dois, Arthur e Davi. - Lorennzo se levanta e vai pra cozinha.

Ao pensar que vou ficar sozinha nesse apartamento um sorriso brota em meus labios.

- Tire esse maldito sorriso do rosto, ainda acharemos alguém pra te vigiar. - Lorennzo fala e dou uma gargalhada.

- Eu nem falei nada. - Pego minha mochila e vou para o quarto, me jogo em minha cama e fico olhando para o teto.

FINALMENTE ALGUÉM LEMBROU DE MIM.

[...]

Logo de manhã escuto Lorennzo e Pietro discutindo por conta de uma mala.

- Meu Deus gente pra que tudo isso? - Apareço na sala enrolada em meu coberto e me jogo no sofá.

- O Lorennzo não quer devolver minha mala. - Pietro bate o pé.

- Na onde é que essa mala é sua. - Lorennzo puxa a mala.

Os dois continuam brigando e eu quase piro.

- Vocês são malas em, Pietro pegue a minha mala debaixo da minha cama.

Ele solta a mala fazendo Lorennzo desequilibrar e quase cair no chão.

Os meninos terminam de arrumar as malas, mas logo estão brigando novamente por conta do video-game, desisto de tentar amenizar as brigas deles e volto para meu quarto.

[...]

Em pé ali naquela sala, contando os malditos segundos para que eu finalmente seja uma alma livre, enquantos meus irmãos andam atrapalhados pelo apartamentos verificando se não esqueceram nada enquanto dão ordens para mim.

- Não esqueça de comer coisas saudáveis. - Lorennzo fala enquanto fecha sua mochila.

- E nada de trazer ninguém aqui em casa. - Pietro ajeita o casaco. - Tem dinheiro na segunda gaveta da cozinha.

- E onde também na primeira tem uma faca, se alguém quiser entrar já sabe. - Lorennzo fala piscando e solto uma risada.

- Idiota!! - Pietro acerta um tapa nele. - Os números de emergência estão na geladeira...

Pietro tenta arrumar a gravata torta de Lorennzo aonde leva um tapa do mesmo.

Meus irmãos são uma comédia.

- ...Não esqueça o fogão ligado...não falte as aulas...beba água... não transe...não beije...não saia...não morra.....nada de música alta...mantenha a casa limpa...

Pronto, eles abriram a porta.Está chegando a hora, Pietro tenta novamente arrumar a gravata de Lorennzo e dessa vez ele deixa.

Eles me olham e dou um singelo sorriso e uma promessa que irei me comportar, eles não param de me olhar, será que estão pensando em desistir? AH NÃO ELES NÃO PODEM.

- E se... - Pietro começa.

Hora de agir, preciso despensar eles então começo a falar

- E se nada, tenho 18 anos ja entendi o recado, sem sair, sem beijar, manter a casa limpa, se alimentar... - Começo a empurrar eles para fora do apartamento. - Eu vou ficar intra-mega-bem, vocês ja me ensinaram o suficiente vou ficar viva vocês vão ver, quando estiverem no aeroporto me liguem, vocês precisam ir é quase uma obrigação, não quero atrapalhar isso.

Eles tentam me impedir porém continuo a falar.

- Vou me manter viva, vivona, vivinha da Silva... - Quando eles já estão fora do apto o elevador se abre e a imagem de um menino que mais parece um Zumbi aparece.

- E ai rapaziada? - Arthur fala com um sorriso. - Vamos?

Os meninos terminam de colocar as malas dentro do elevador e entram nele.

- Realmente você vai ficar bem? - Lorennzo me abraça enquanto Pietro segura a porta.

- Vou, sou uma adulta responsável. - Forço meu sorriso de maior confiança.

Ele beija minha testa, Pietro deixa o elevador e me abraça fortemente.

- Eu confio em você OK? - Reviro os olhos.

Ele sempre fala isso quando acha que vou fazer besteira.

- Muito obrigado maninho. - Ele me solta e entra no elevador.

Arthur me manda um beijo e pisca para mim, mando um tchauzinho e faço uma cara de anjo.

- Se cuida!! - Os três falam ao mesmo tempo em que as portas se fecham.

Me viro malignamente e vou desfilando até o apartamento, quando percebo que realmente estou sozinha, solto um grita de felicidade e começo a dançar.

- Agora minha vida começou!!!

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