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P. O. V. J. U. S. T. I. N

Chegamos em frente ao prédio.

— Quer alguma ajuda com esse monstrinho?  — Falo apontando com a cabeça a criança.

— Pare de falar que ele é um monstrinho, não vê a carinha de anjo e o jeitinho delicado...

— Não e pare de falar com essa cara de nova apaixonada... — Resmungo.

— Qualé Justin, não pensa em ter filhos algum dia? — Ela fala abrindo a porta do carro.

— Não, acho crianças desnecessárias, elas só sabem irritar. — Acompanho ela e a ajudo a pegar o menino.

Coloco ele deitado em meu ombro e Esmeralda fecha o carro.

— Você não vai ter 23 anos para sempre. — Ela fala e pisca para mim.

— E daí?

— Quando você encontrar a pessoa certa para sua vida, você ira entender.

— Como esse menino é pesado!! — Mudo de assunto.

— Pare de reclamar ele deve ter no minimo 20 quilos.

— Não parece isso aqui é muito besteira, leve essa criança a um nutricionista. — Ela ri  e aperta o botão do elevador.

— Justin?

— Oi? 

— Se eu te diser que o elevador parece estar quebrado o que você diria? 

— Eu ia matar esse maldito porteiro e iria jogar essa criança no chão, porque?

— É porque o elevador esta quebrado.  — Ela sorri amarelo.

— Eu vou acordar essa criança.

— Não, não Justin, não se deve acordar crianças, por favor!!  — ela junta as mãos.

— Não, não e não.

[…]

Minutos depois ja estamos na porta de seu apartamento.

— Muito obrigado Justin você é o melhor.

— Se você não abrir essa porta logo eu vou jogar você por essa escada abaixo. — ela solta uma risada e abre a porta.

— Sabe as vezes, só as vezes sinto saudades dos meus irmãos, você não sente?  — ela fala se jogando no sofá.

Coloco a criança deitada em outro sofá.

— Não, sempre fui filho único,  porém o único irmãos que meu pai me deu eu odiei. — Dou de ombros.  — Fazer o que né? Porra essa criança precisa emagrecer.

— Você sempre foi uma criança solitária, por isso é esse esquisitão e pare de falar palavraões aqui dentro.

— Ei!  — Dou um tapa em sua cabeça.

Ela gargalha e se levanta.

— Irei trocar essa roupa, fique de olho na criança, se a mãe aparecer aqui está a mochila dele.

Ela me joga a bolsa do menino e vai pro quarto.

— Porque ela tem que ser tão mandona? — Pergunto a mim mesmo.

— Porque você tem que ser tão idiota?  — De repente a pequena criatura começa a falar.

— Achei que estava dormindo seu pirralho, eu te carreguei por 3 lances de escadas.

— Você acha mesmo que eu subiria aquelas escadas?  Nem morto.

Ele se senta no sofá e pega o controle ao seu lado para assistir TV.

Inacreditável eu fui sacaneado por uma criança de 3 anos.

— Você se acha muito esperto né, pois bem seu tampinha de garrafa, saiba que está chegando o natal e que crianças mal criadas não ganham presentes. — Ele me olha e abre um pequeno sorriso.

— Deve ser muito ruim ser você né, não ganhar presente e ainda acreditar em papai noel!!  — Então volta sua atenção para a TV.

Eu tô chocado com essa criança.

Antes que eu retruque esse peste a campainha toca.

— Salvo pelo gongo seu anão de jardim, quando eu voltar resolvemos. — Me levanto.

— OK, estarei aqui.

Vou até a porta e a abro.

Por um instante sinto meu coração parar.

— Oi Justin!!  — Ela sorri para mim.

Olho para a criança no sofá que está com os olhos fixos na TV, e olho para o corredor onde Esmeralda tinha ido.

Empurro o corpo da mulher e fecho a porta atras de mim.

— O que caralhos você está fazendo aqui?  — Pergunto em defensiva.

— Ei ei bonitão, eu sou uma mulher livre. — Ela brinca.

— Marcela eu não estou brincando, o que està fazendo aqui? 

— Qual é Justin o mundo não gira ao seu redor,  eu vim buscar algo que me pertence. — Ela sorri de lado.

— E o que seria? 

— Mamãe? — olho para trás e vejo a pequena criatura na porta.

— Oi meu amor!!  — ela se abaixa ficando do tamanho dele.

— Que saudades!! — Ele abraça ela e eu fico totalmente chocado.

Ítalo é filho de Marcela.

— Mariana!!  Que bom que chegou!!  — Esmeralda aparece na porta.

— Mariana?  — pergunto meio desnorteado.

— Sim, Mariana mãe de Ítalo. — olho para a mulher que sorri com a minha reação.

É claro que ela não se apresentaria como Marcela.

— Então ele se comportou? 

— Ele é um amor Mariana, se quiser que eu fique mais vezes não será problema. — Esmeralda fala sorrindo com inocência.

— Muito obrigada Esmeralda agradeço mesmo, e foi um prazer conhecer você Justin né?  — Ela faz questão de me alfineta.

Faço cara feia e ela sorri abertamente.

— Tchau Esmeralda,  tchau moço chato.  — Ítalo se despede.

Entro no apartamento ainda inconformado com as informações que acabei de receber.

Mariana é Marcela e Ítalo é filho dela,  meu Deus... 

— Que cara é essa Justin até parece que viu uma assombração!!  — Esmeralda dá risada.

— Quase isso... — Respondo.

E agora? 

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ESMERALDAOnde histórias criam vida. Descubra agora