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Acordo com um calor infernal sinto um grande peso sobre meu corpo, minhas pernas parecem estar presas e o cobertor me dá falta de ar.

Tento me soltar porém em vão, abro meus olhos e vejo que Justin é o peso em meu corpo e suas pernas que me prendem.

— Justin!!  — Empurro ele.  — Sai de cima de mim!!  — Ele se mexe porém continua em cima de mim. — Justin eu preciso sair!!! 

Ele resmunga algo sem sentido.

— Eu quero fazer xixi!!  — Ele resmunga e se joga para o outro lado.

— Vai logo chata!!  — ele diz e me levanto correndo e vou para o banheiro, faço minhas necessidades matinais e quando saio do banheiro Justin está parado na porta.

— Eu preciso ir, hoje tenho aula de teatro e literatura. — Digo correndo pela casa.  — Aonde estão minhas roupas? 

Ele me olha e não responde.

— Justin eu não estou brincando, se eu faltar ligaram para meus irmãos.

— Digo que estava comigo.  — Olho desacreditada.

— Justin minhas roupas!!  Cadê?  — ele sorri e nega com a cabeça. — Filho de uma mãe muito boa. 

Ele solta uma gargalhada e entro em seu quarto, ele vem atrás de mim e começo a arrancar todas as roupas da gaveta.

— Não estão ai,  está frio!!  — Ele fala de braços cruzados encostado na porta.

— Eu não estou brincando,  isso não é uma brincadeira,  eu preciso ir para a faculdade.

Ele ri do meu desespero.

— Sabe de uma coisa?  Eu vou assim mesmo.

Ele olha para todo o meu corpo e sorri.

— Du-vi-do. 

Passo por ele e desço as escadas,  ele vem atrás de mim e saio para fora da casa. 

— Esmeralda volte para dentro,  está parecendo uma louca com essa roupa.

— Justin cala a boca.  — Puxo a porta do fusca e ela se abre em um só tranco, vejo ele rir e fico ainda mais nervosa.

Não encontro a chave em nenhum lugar e lembro que ela estava em minhas roupas, saio do carro e vejo ele balançando as chaves. 

— Está procurando isso? 

— Você é pior que uma criança Justin Madson !!

Ele ri e começa a brincar com as chaves.

— Você tem duas opções.  — Ele gira a chave no dedo indicador.  — A primeira é voltar para dentro da casa,  assim poderíamos voltar a nos deitar e conversarmos.

— Sem chance....

— Você não deixou eu terminar.  — ele diz e bufo.  — A segunda é você entrar e tomar um café da manhã comigo,  assim poderiamos conversar e então eu entregaria suas roupas e você poderia ir tranquila nessa lata velha para a faculdade.

Ele para de girar a chave e me olha.

— Então?...

Penso um pouco nas opções e me frusto ao ver que não terei saída,  começo a marchar em sua direção e entro na casa esbarrando em seu ombro.

— Posso saber o que decidiu? 

— Quero meu leite com café clarinho e com muita espuma.  — grito fazendo ele gargalha e fechar a porta. 

[…]

— Eu disse pouco café!!  — Bato em sua mão fazendo ele rir.

— Ok, ok senhorita do mais leite e menos café, não sei porque toma com café então. — Reviro os olhos.

— Cadê minhas roupas?  — Falo tomando um gole do café com leite.

— Apressada você em, eu disse que iriamos conversar. — Ele fala colocando ovos e bacon em um prato a minha frente.

Sem percebe o tamanho da minha fome acabo com os ovos e bacon em poucos minutos, ele sorri e se senta a minha frente.

— Isso aqui é muito bom.  — Falo de boca cheia, mas me arrependo.  — Desculpe. 

Ele joga sua cabeça para trás em uma risada e sinto meu peito inflar, era tão angelical ver aquela cena, Justin sem camisa com apenas uma calça cinza de moletom, seus cabelos bagunçados e seu sorriso com covinhas.

— A quanto tempo você não come direito?  Tipo arroz e feijão?  — Ele me joga um guardanapo, mostro a língua e pego o guardanapo limpando minha boca.

— Não faz muito tempo, acho que desde que vim morar em Londres, eu e os meninos somos um desastre na cozinha, certeza que puxamos nosso pai. — Falo rindo lembrando das milhares de vezes que meu pai tentou cozinhar e não deu certo.

— Seu pai é tâo ruim na cozinha ? — Justin pergunta curioso.

— Você não faz idéia, o senhor Augusto já carbonizou 3 panelas tentando fazer um prato estranho que ele viu na internet,  já até colocou fogo na cozinha toda, ele e PS meninos são piores que qualquer coisa na cozinha,já até queimaram miojo.  — Ele gargalha com a história.

— Como ainda não morreu de fome? 

— Tenho meus truques e diversos números de restaurantes.  — Pisco para ele.

— O dia que precisar pode me chamar será um prazer mostrar minhas habilidades na cozinha.  — Ele está encostado no balcão, não percebi quando ele veio para perto de mim.

Nossos corpos estão a menos de centímetros um do outro e sinto como meu corpo estivesse pegando fogo por dentro, um calor me invade e vejo ele se aproximando cada vez mais.

— Bem...eu acho melhor...melhor eu me trocar, onde estão minhas roupas?  — Falo tentando fugir de sua aproximação e quase caindo do banco.

— No quarto de hóspedes. — Ele fala sorrindo.

Idiota

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