Ela afastou o que restava da antiga cortina empoeirada, para olhar para o confessionário, e depois se virou para mim.
— Você sente isso, essa energia?
Eu coloquei minhas mãos nos bolsos e balancei a cabeça. Houve um tempo em que eu sentia. Mas isso era passado.
— Não mais. — Ela olhou para mim como se ela sentisse pena de mim. — Nós temos que ir.
— Se você deixar o passado de lado, talvez ele deixe você livre.
Suas palavras me assustaram, momentaneamente, me deixando mudo. Seu olhar me segurou, e por um instante, eu senti inveja da esperança que brilhou dentro daqueles olhos inocentes. Mas então a realidade me fez lembrar por que ela estava aqui.
— Quem disse que eu quero deixá-lo ir?
Dulce parecia fisicamente esgotada. Fiz um gesto para a porta.
— Vamos.
— Você vai repará-la? A capela?
— Não.
— Posso te fazer uma pergunta?
— Você está pedindo a minha permissão agora?
Ela encolheu os ombros.
— Suponho que estou.
— Eu não posso prometer que vou responder, mas você é livre para perguntar.
— Que tipo de coisas você acha que meu avô está envolvido? No avião, você disse uma coisa. Isso significa que há mais.
— Isso significa que você acredita em mim?
— Você tem que compreender como é difícil de entender. Ele criou Cláu e eu, ele pagou...
— Ele está vivendo de suas heranças. Vocês estão pagando por tudo.
Ela inclinou a cabeça, sacudindo-a uma vez. Eu deixei para lá. Levaria tempo para aceitar isso. Eu poderia dar-lhe isso. Droga, tempo era o que mais tínhamos.
— Não faça perguntas que você realmente não quer saber as respostas. Acredite ou não, não é você que eu quero machucar.
— Eu sou um dano colateral. Eu sei.
— Vamos.
Desta vez, ela veio sem resistência. Nós dirigimos em silêncio até que eu passei pelos portões de uma fazenda vizinha.
— Vamos lá — eu disse, desligando o motor e vendo cerca de seis crianças amontoadas no velho galpão Lambertini. A cadela deles teve filhotes recentemente.
— Onde estamos?
— Esta é a fazenda Lambertini. São eles que alugam a terra para suas vacas. Eu tenho alguns negócios com Lambertini. Você terá que esperar por mim.
Lambertini se levantou, limpando as mãos em uma toalha, o cachimbo pendurado em sua boca, o sorriso largo em seu rosto desgastado pelo tempo quando ele veio em nossa direção e estendeu a mão para apertar a minha.
— Christopher.
Ele me puxou para ele, me abraçando com um tapinha nas costas.
— É bom ver você em casa — Disse ele em italiano.
— É bom estar em casa, Sr. Lambertini.
Ele virou-se para Anastasia e estendeu a mão.
— Esta é Dulce, minha noiva.
Dulce sorriu e disse olá, quando ele tomou sua mão nas dele.
— São cachorros? — Perguntou ela.
— Por que você não vai vê-los enquanto eu tenho a minha reunião? — Eu disse a ela.
Ela concordou e saiu. Segui Lambertini para dentro, onde discutimos o negócio das fazendas antes que seu rosto ficasse sério. Ele me disse que viu alguns homens algumas semanas atrás. Imaginei que eram os homens de Moriarty, procurando-me, agora que eu estava de volta. Ele não sabia quem eles eram, mas pelo seu olhar, eles não foram exatamente amigáveis, o que apenas confirmou a minha suspeita.
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Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)
FanfictionDulce promete se casar com Christopher em seu décimo oitavo aniversário para liquidar uma dívida antiga. Como seu avô deve muito dinheiro, ele usa Dulce como um peão sem valor. Ela fica mais do que irritada com a situação, mas ela segue com o arranj...