Capítulo 12 Parte 3

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Novamente, ele não olhou para mim. Isto era entre os irmãos.

— Eu sempre venho à capela, você sabe disso. E encontrei Dulce aqui dessa vez — disse Bruno.

— O que você espera que eu faça sozinha aqui dia após dia? — Perguntei. — Quando você some sem uma palavra? — Eu me senti irritada por ser ignorada, irritada comigo por estar emocionada, com a dor na minha voz. Mas ele não sentiu algo na outra noite? Quando ele me segurou, isso não significou nada?

Christopher e Bruno se entreolharam.

— Christopher, não seja estúpido — disse Bruno como se estivessem de alguma forma se comunicando sem palavras.

— Eu estou sendo estúpido quando não consigo encontrar minha noiva em qualquer lugar, e quando eu finalmente a encontro, ela está sentada com o aconchegante casaco do meu irmão em seus ombros, e vocês dois sussurrando.

— Que porra você está sugerindo? — Perguntou Bruno, entrando no corredor em direção à Christopher.

Christopher arrastou seu olhar para mim.

— Aqui não é lugar para você, Dulce.

Deixei escapar um pequeno suspiro e sai do banco também.

— Ou seja, dois lugares que não devo estar. Eu nem mesmo sei por que você me quer aqui.

— Vou levá-la de volta para casa — disse ele, seu tom vazio de emoção.

Eu andei em direção à porta, em seguida, percebi que tinha o casaco de Bruno eu o tirei e devolvi para ele.

— Eu posso encontrar o caminho sozinha. — Mas ele estava na porta e não se mexeu.

— Não, você não pode. — Ele pegou meu braço.

— Me solte.

— Christopher — Bruno começou dando um passo em nossa direção.

— Fique fora disso. Ela pertence a mim.

— Eu sou um ser humano! Eu não pertenço a ninguém!

— Errado.

Com um sorriso rápido e frio, Christopher me fez sair da igreja e descer os degraus. A noite caía rapidamente, e eu tive que admitir, ele provavelmente estava certo e eu não poderia encontrar o caminho de volta sozinha.

— Por que você está fazendo isso? — Eu perguntei quando ele não me soltou, mas continuou andando em um ritmo muito rápido que eu não conseguia acompanhar sem tropeçar. — Me solte. Eu não sou uma criança. Ou incapaz de andar sozinha. O que você tem?

Ele parou.

Eu tropecei atrás dele.

Quando ele me endireitou, ele abriu a porta do lado do passageiro da caminhonete, mas eu travei meus calcanhares no chão.

— Entre.

— Não. Não até que você me diga por que você está agindo tão estranho.

— Eu estava procurando por você — ele finalmente disse, sem demonstrar emoção alguma.

— Você foi quem saiu no meio da noite. Partiu e nunca mais voltou.

— Era de manhã. Aquele seu cachorro estava latindo. Entre na caminhonete. Gail está esperando com o jantar. Taylor não deveria deixá-la escapar.

— Eu não gosto de ser seguida e observada o tempo todo.

— É para sua proteção.

Eu não quero falar sobre Taylor.

— Eu não entendo você, Christopher. Eu pensei que depois daquela noite...

— Depois daquela noite?

A maneira como ele perguntou, tão casualmente, como se não tivesse sido nada. Como se nada tivesse acontecido. Isso me fez sentir tão estúpida, eu hesitei.

Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora