Novamente, ele não olhou para mim. Isto era entre os irmãos.
— Eu sempre venho à capela, você sabe disso. E encontrei Dulce aqui dessa vez — disse Bruno.
— O que você espera que eu faça sozinha aqui dia após dia? — Perguntei. — Quando você some sem uma palavra? — Eu me senti irritada por ser ignorada, irritada comigo por estar emocionada, com a dor na minha voz. Mas ele não sentiu algo na outra noite? Quando ele me segurou, isso não significou nada?
Christopher e Bruno se entreolharam.
— Christopher, não seja estúpido — disse Bruno como se estivessem de alguma forma se comunicando sem palavras.
— Eu estou sendo estúpido quando não consigo encontrar minha noiva em qualquer lugar, e quando eu finalmente a encontro, ela está sentada com o aconchegante casaco do meu irmão em seus ombros, e vocês dois sussurrando.
— Que porra você está sugerindo? — Perguntou Bruno, entrando no corredor em direção à Christopher.
Christopher arrastou seu olhar para mim.
— Aqui não é lugar para você, Dulce.
Deixei escapar um pequeno suspiro e sai do banco também.
— Ou seja, dois lugares que não devo estar. Eu nem mesmo sei por que você me quer aqui.
— Vou levá-la de volta para casa — disse ele, seu tom vazio de emoção.
Eu andei em direção à porta, em seguida, percebi que tinha o casaco de Bruno eu o tirei e devolvi para ele.
— Eu posso encontrar o caminho sozinha. — Mas ele estava na porta e não se mexeu.
— Não, você não pode. — Ele pegou meu braço.
— Me solte.
— Christopher — Bruno começou dando um passo em nossa direção.
— Fique fora disso. Ela pertence a mim.
— Eu sou um ser humano! Eu não pertenço a ninguém!
— Errado.
Com um sorriso rápido e frio, Christopher me fez sair da igreja e descer os degraus. A noite caía rapidamente, e eu tive que admitir, ele provavelmente estava certo e eu não poderia encontrar o caminho de volta sozinha.
— Por que você está fazendo isso? — Eu perguntei quando ele não me soltou, mas continuou andando em um ritmo muito rápido que eu não conseguia acompanhar sem tropeçar. — Me solte. Eu não sou uma criança. Ou incapaz de andar sozinha. O que você tem?
Ele parou.
Eu tropecei atrás dele.
Quando ele me endireitou, ele abriu a porta do lado do passageiro da caminhonete, mas eu travei meus calcanhares no chão.
— Entre.
— Não. Não até que você me diga por que você está agindo tão estranho.
— Eu estava procurando por você — ele finalmente disse, sem demonstrar emoção alguma.
— Você foi quem saiu no meio da noite. Partiu e nunca mais voltou.
— Era de manhã. Aquele seu cachorro estava latindo. Entre na caminhonete. Gail está esperando com o jantar. Taylor não deveria deixá-la escapar.
— Eu não gosto de ser seguida e observada o tempo todo.
— É para sua proteção.
Eu não quero falar sobre Taylor.
— Eu não entendo você, Christopher. Eu pensei que depois daquela noite...
— Depois daquela noite?
A maneira como ele perguntou, tão casualmente, como se não tivesse sido nada. Como se nada tivesse acontecido. Isso me fez sentir tão estúpida, eu hesitei.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)
FanfictionDulce promete se casar com Christopher em seu décimo oitavo aniversário para liquidar uma dívida antiga. Como seu avô deve muito dinheiro, ele usa Dulce como um peão sem valor. Ela fica mais do que irritada com a situação, mas ela segue com o arranj...