Capítulo 23 Parte 8 (M8/15)

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Bruno me levou para casa, e Taylor seguiu no carro de Bruno. Minha cabeça estava girando, meu corpo doía. Eu acho que eu desmaiei uma ou duas vezes. Eu olhei para Bruno, lembrando daquele seu olhar, aquela resignação. Lembrando-me de sua insistência em partirmos.

— Você está bem? — Perguntou Bruno.

— É verdade? — Eu ignorei sua pergunta.

— Isso importa?

Porra.

Minha mãe? Com ele? Para saldar a dívida de meu pai?

— Você sabia? — Perguntei.

Ele ignorou minha pergunta.

— Ela está morta — disse ele. — Ele pode falar o que quiser, e ela não pode se defender.

Eu pressionei minhas mãos contra meus olhos.

— Ele estava tentando fazer você reagir — Bruno continuou.

Não. De jeito nenhum.

— É a porra da verdade? Conte-me. — Eu disse.

Mas ele não precisava dizer nada. Tudo o que ele tinha a fazer era olhar para mim.

— Deus. Caralho. — Bati meu punho contra o painel, e dor disparou por meu braço. — Você sabia?

Bruno voltou seu olhar para a estrada.

— Eu encontrei um diário que ela guardava. Na capela. Eu não deveria tê-lo lido. Quem me dera não ter feito isso.

— Por quê? Por que ela... — Eu engasguei com as palavras, engolindo sangue.

— Ela sentia como se não tivesse escolha. Ela sabia que ele sempre se ressentiu por ela escolher o nosso pai. Usou isso para livrá-lo da dívida. Papai não a merecia.

— Foi por isso que ele bateu nela? Ele não começou com ela até mais tarde.

— Eu acho que sim. A época se encaixa. Ele deve ter descoberto.

— Eu pensava que era por que eu resisti.

— Isso não importa mais, Christopher. Eles se foram.

— Eu vou matá-lo. Eu vou matar o bastardo.

— Talvez nós tenhamos que pensar sobre o comprador. Podemos não ter escolha. Eu não quero que ele tenha a propriedade, mesmo que isso signifique que temos que dar a outra pessoa.

Eu não poderia responder. Em vez disso, eu abri a viseira e me encolhi com meu reflexo.

Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora