Capítulo 20 Parte 4

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Eu não respondi. Em vez disso, eu entrei na propriedade. Cláu e Bruno saíram da casa juntos para nos cumprimentar.

Dulce saltou do carro depois de Charlie, abraçando primeiro sua irmã, depois Bruno. Ele disse algo para ela, mas eu não ouvi. Pelo olhar em seu rosto, era uma censura. Bom.

Cláu pegou a mão de Dulce e entraram em casa. Mas logo antes delas estarem fora de vista, eu notei o olhar que Cláu jogou sobre seu ombro em Bruno. Havia algo estranho nisso. Algo inesperado.

— Onde Bruno a levou? — Perguntou Dulce.

Eu não ouvi a resposta de Cláu enquanto elas desapareciam à nossa frente, mas eu estudei meu irmão, vi como seus olhos as seguiram, como eles se estreitaram quando eles rastrearam Cláu.

— Ela é um pouco jovem, não é? — Perguntei, o que era para ser uma piada, mas percebendo que ele tomou isso como mais uma provocação no momento que eu vi seu rosto.

— Que porra isso significa?

— Só que ela é jovem. Dezesseis anos, certo?

— Então, primeiro você me acusa de ser - qual foi à palavra que você usou? Acolhedor? Sim, acolhedor, com Dulce, e agora é outra coisa com a sua irmã?

Eu sorri.

— Eu pensei que você seria melhor em mascarar suas emoções agora, irmão.

— Foda-se, Christopher.

— O que está acontecendo com o clero nos dias de hoje? — Eu disse, caminhando pela casa para a cozinha, parando na porta. — Você vem? Você queria trabalhar na capela. Quero dizer, é por isso que está aqui, certo? Não há nenhuma outra razão.

O rosto de Bruno ficou vermelho, e ele fechou suas mãos em seus lados. Mas manteve sua boca fechada. Nós pegamos algumas garrafas de água, saímos pela porta dos fundos e fomos para a capela. Nós caminhamos mais de um quilômetro e meio em silêncio. Eu não me importava. Não dava a mínima. Eu o deixei instável, algo que em se tratando de meu irmão gêmeo era quase impossível de fazer.

Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora