Capítulo 9 Parte 1

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Christopher

— Saia de cima de mim — Dulce me empurrou, mas eu não estava pronto para deixá-la ir ainda.

— Faça-me sair.

Ela tentou novamente.

— Saia.

— Ou o que? O que vai fazer se eu não sair?

A frustração estava estampada em seu rosto. Levou um minuto para responder-me.

— O que eu posso fazer?

Ela me olhou como se realmente estivesse buscando minha resposta. De mim.

— Nada. Esse é o ponto — Eu disse.

— Eu sou um jogo para você.

— Não, não é um jogo.

— Então o quê? Eu não entendo o que você quer de mim. Você me diz que este casamento será só no papel. Você me diz que me odeia, no entanto...

— Eu disse que odeio o seu nome. Há uma diferença entre odiar o seu nome e te odiar.

— Isso importa? — Eu podia ver sua confusão e frustração visivelmente enquanto ela olhava freneticamente em volta. — Estou com frio.

Ela engasgou quando eu envolvi minhas mãos em sua pequena cintura e imediatamente tentou me empurrar. Quando eu a levantei da piscina e a coloquei sobre a borda, ela exalou, com o rosto vermelho, provavelmente, constrangida pelo seu pânico.

Eu saí e peguei a toalha, envolvendo-a sobre seus ombros enquanto me sentava ao lado dela.

— Obrigada.

Eu balancei a cabeça.

— Eu não entendo o que você quer — Disse ela.

Olhei-a sentada lá, abraçando-se envolvida com a toalha, tremendo no calor. Seu cabelo molhado se agarrou a sua pele, e ela se recusou a me olhar por um longo tempo.

O que eu queria? O que eu queria com ela?

Esta era, definitivamente, uma transação comercial. Dinheiro devido. Ela estava aqui para saldar uma dívida.

Mas eu queria deixá-la louca?

O que aconteceria comigo se eu a deixasse? Não foi assim que eu pensei que seria, mas tê-la aqui, tendo-a perto, quente e suave e tão malditamente inocente.... Eu poderia tê-la, esse era o ponto. Eu nem precisei me esforçar. Ela me queria, e eu estava usando seu desejo contra ela. Insultando-a com ele.

— Olhe para mim, Dulce.

Ela olhou, e seus olhos pálidos procuraram os meus. Dentro deles vi a humilhação. Vi tristeza. Incerteza. Vi vulnerabilidade, e vi uma solidão, um desejo, uma esperança que eu reconheci. Uma que eu não poderia ignorar.

Uma que ameaçava ressuscitar uma parte de mim que eu enterrei há muito tempo.

Uma que eu pretendia manter enterrada.

Eu sabia que havia apenas uma maneira de desligá-la, e eu precisava desligá-la, porra.

Agora.

A raiva ferveu dentro de mim. Raiva da minha própria fraqueza. Minha fraqueza perto dela.

Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora