Capítulo 20 Parte 2

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— Eu deveria colocar uma coleira em você.

— Aposto que você gostaria. Idiota.

— Vir aqui com ele foi uma coisa estúpida a se fazer.

Chegamos ao carro e eu abri a porta do passageiro para deixá-la entrar. Ela sentou-se e colocou o filhote no colo. Assim que entrei e liguei o carro, ela falou:

— Não foi estúpido. Cláu saiu com Bruno. O que eu deveria fazer, sair com o Taylor?

— Eu não sei, brincar com o seu cão, nadar, ler. Tirar a porra de um cochilo.

— Tenho certeza que muitas mulheres invejariam minha posição, mas você sabe que eu precisava falar com ele.

Eu me virei para ela e vislumbrei as marcas azuladas em seu pescoço. Marcas que eu deixei. Engoli minha repreensão e voltei minha atenção para a estrada.

— Taylor está lá para mantê-la segura, Dulce — eu disse mais calmo dez minutos depois.

— Meu avô não representa uma ameaça. Não para mim.

— Ele não, mas seus associados sim.

— Moriarty não é seu associado.

Eu olhei para ela e ri.

— É mesmo?

— O que isso significa?

— O seu avô lhe disse isso? — Ela parecia confusa. Eu sabia que não poderia haver nenhuma verdade nisso. O velho era um mentiroso manipulador. — E que tal sobre se tornar guardiã legal de sua irmã? Você perguntou isso? E ele prontamente concordou? Colocando suas netas antes de si mesmo?

Ela se mexeu no assento e olhou para frente.

— Ele recusou completamente. — Eu não disse nada, embora eu quisesse. — Vá em frente, Christopher, não se segure. Você não quer me dizer que me avisou?

— Acredite ou não, eu queria estar errado neste caso.

Ela exalou e balançou a cabeça, olhando pela janela lateral.

— Você pensou por um minuto que sua irmã poderia estar mais segura lá do que aqui? Pelo menos por enquanto?

— Mais segura?

— Eu tenho inimigos, seu avô é um deles. Mas Moriarty representa uma ameaça mais iminente.

— Você disse...

— Eu disse que te manteria segura, e eu planejo. Mas seria mais fácil se eu não tivesse que procurar você por toda a Toscana, e sua irmã fisicamente não estar aqui é melhor para ela. Seu avô cuidará dela.

— Ele também não me machucaria.

— Eu sei que ele não a machucaria fisicamente.

Nossos olhos se encontraram, e eu vi mil e uma perguntas por trás deles. Mas ela não perguntou sequer uma. Ela duvidava. Duvidava de seu avô. Ela duvidava de mim. E ela deveria. Seria inteligente não confiar em nenhum de nós.

Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora