— Eu deveria colocar uma coleira em você.
— Aposto que você gostaria. Idiota.
— Vir aqui com ele foi uma coisa estúpida a se fazer.
Chegamos ao carro e eu abri a porta do passageiro para deixá-la entrar. Ela sentou-se e colocou o filhote no colo. Assim que entrei e liguei o carro, ela falou:
— Não foi estúpido. Cláu saiu com Bruno. O que eu deveria fazer, sair com o Taylor?
— Eu não sei, brincar com o seu cão, nadar, ler. Tirar a porra de um cochilo.
— Tenho certeza que muitas mulheres invejariam minha posição, mas você sabe que eu precisava falar com ele.
Eu me virei para ela e vislumbrei as marcas azuladas em seu pescoço. Marcas que eu deixei. Engoli minha repreensão e voltei minha atenção para a estrada.
— Taylor está lá para mantê-la segura, Dulce — eu disse mais calmo dez minutos depois.
— Meu avô não representa uma ameaça. Não para mim.
— Ele não, mas seus associados sim.
— Moriarty não é seu associado.
Eu olhei para ela e ri.
— É mesmo?
— O que isso significa?
— O seu avô lhe disse isso? — Ela parecia confusa. Eu sabia que não poderia haver nenhuma verdade nisso. O velho era um mentiroso manipulador. — E que tal sobre se tornar guardiã legal de sua irmã? Você perguntou isso? E ele prontamente concordou? Colocando suas netas antes de si mesmo?
Ela se mexeu no assento e olhou para frente.
— Ele recusou completamente. — Eu não disse nada, embora eu quisesse. — Vá em frente, Christopher, não se segure. Você não quer me dizer que me avisou?
— Acredite ou não, eu queria estar errado neste caso.
Ela exalou e balançou a cabeça, olhando pela janela lateral.
— Você pensou por um minuto que sua irmã poderia estar mais segura lá do que aqui? Pelo menos por enquanto?
— Mais segura?
— Eu tenho inimigos, seu avô é um deles. Mas Moriarty representa uma ameaça mais iminente.
— Você disse...
— Eu disse que te manteria segura, e eu planejo. Mas seria mais fácil se eu não tivesse que procurar você por toda a Toscana, e sua irmã fisicamente não estar aqui é melhor para ela. Seu avô cuidará dela.
— Ele também não me machucaria.
— Eu sei que ele não a machucaria fisicamente.
Nossos olhos se encontraram, e eu vi mil e uma perguntas por trás deles. Mas ela não perguntou sequer uma. Ela duvidava. Duvidava de seu avô. Ela duvidava de mim. E ela deveria. Seria inteligente não confiar em nenhum de nós.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)
FanfictionDulce promete se casar com Christopher em seu décimo oitavo aniversário para liquidar uma dívida antiga. Como seu avô deve muito dinheiro, ele usa Dulce como um peão sem valor. Ela fica mais do que irritada com a situação, mas ela segue com o arranj...