Capítulo 27 Parte 7

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Enquanto meu cérebro tentava processar o que estava acontecendo, minhas mãos se apertaram ao redor do volante e eu empurrei o acelerador até o limite. Não mais de três quilômetros de distância, uma chama subiu alto, o som de fogo, o rugido de ainda um sussurro, uma dica.

— Não.

Dirigi como se o próprio diabo estivesse me perseguindo e busquei o celular de Dulce no assento ao meu lado, o carregador pendurado como a cauda de um rato. Tirando meus olhos da estrada por um segundo, eu disquei 1-1-2, o cheiro mais forte à medida que me aproximava da propriedade Espinosa.

Isso não poderia estar acontecendo.

De novo não.

Era a porra do meu pesadelo. Não a realidade.

Uma voz veio através da linha, crepitando com a má recepção. Virei-me para a propriedade, onde os portões estavam parcialmente abertos, empurrando-os largamente, com a extremidade dianteira do meu carro. Eu dei a agente o endereço. Disse-lhe que havia um incêndio. Precisávamos dos bombeiros. Nós precisávamos de ajuda.

Parei o carro no meio do caminho para a casa.

Ela perguntou se alguém estava lá dentro. Abri a porta e saí, cinzas me sufocando enquanto olhava para a terra destruída antes de me voltar para a casa.

Eu não acho que eu respondi a ela. Em algum lugar ao longo do caminho, eu perdi o telefone de Dulce enquanto eu corria para a estrutura, chamando o nome dela, gritando contra o rugido do fogo. A porta da frente estava trancada. Eu tentei jogar meu ombro sobre ela, a dor atravessando o meu lado com o impacto. Ainda não cedeu. Não abriria.

— Dulce!

Tudo que eu ouvia era o som de fogo. Tudo o que eu podia sentir era o cheiro de cinzas. O fogo estava queimando a parte de trás da casa, e eu precisava entrar lá. Para tirá-la.

Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora