Capítulo 27 Parte 10

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No instante em que nos viram, levantaram uma escada. Um dos homens subiu.

Dulce se moveu em meus braços, sufocando, tossindo. Olhei para ela e não pude deixar de sorrir um pouco.

Ela estava viva. Eu não cheguei tarde demais. Ela estava viva.

— Você está aqui.

Um acesso de tosse parou qualquer coisa mais que ela teria dito. Quando o bombeiro chegou até nós, eu a entreguei para ele. Ele a ergueu por cima do ombro e desceu as escadas. Eu olhei para baixo para Charlie, que voltou para o banheiro, se afastando o máximo possível enquanto o fogo de aproximava.

Alguém gritou para eu sair, mas eu voltei correndo, peguei o lençol da cama e o envolvi, segurando-o contra mim. Um calor intenso me fez correr de volta para a janela, e, com Charlie empacotado em meus braços, eu saí e desci.

Eles puxaram a escada para longe da casa e apontaram suas mangueiras para ela, jogando água sobre o fogo.

Eu fui para Dulce, que estava deitada em uma maca na parte de trás da ambulância com uma máscara de oxigênio sobre o rosto. Seus olhos se abriram e fecharam, e ela estendeu a mão para mim. Alguém trouxe uma tigela de água para Charlie, e eu coloquei para ele beber.

Dulce sentou-se e puxou a máscara. Ela olhou para a casa atrás de mim, depois olhou para mim.

— Christopher?

Foi quando tudo me atingiu. Tudo isso. O incêndio, quando ele aconteceu, a destruição da Vinícola Espinosa — porque foi destruída — a perda.

A quase perda dela.

Eu tropecei e segurei a porta da ambulância para me equilibrar.

Isso foi trabalho de Moriarty? Esta era a sua forma de vingança? Isso foi o que eu planejei fazer? Pensei que eu poderia fazer?

— Christopher?

Virei-me para ver as lágrimas escorrendo pelo rosto de Dulce.  

Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora