Capítulo 31 Parte 1

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Christopher

Tive que juntar cada grama de coragem para virar as costas para Dulce e sair desse escritório. Bati no ombro de alguém no meu caminho, mas não olhei para trás, não me desculpei, não conseguia parar. Saí pela porta e fui para o corredor e desci as escadas e saí pelas portas da frente, onde parei, ofegante, as mãos nos joelhos, querendo vomitar.

Mentir para Dulce no chão da capela, me feriu. Mas isso? Hoje? Deixando-a assim, assinando aquele maldito contrato e saindo, acabou comigo. Eu prometi a ela a verdade, e eu mantive minha promessa, finalmente. E isso me destruiu.

Eu me endireitei, enxugando o suor da minha testa.

Eu não me lembro de andar pela cidade para a garagem. Não me lembro de dirigir para casa. Assim que saí do carro, Charlie veio correndo para mim. Eu parei e olhei para ele. O assisti esperar a porta do lado do passageiro abrir, e Dulce sair. Ele latiu várias vezes, correu de volta para mim, rabo abanando, depois voltou a sentar junto à porta do carro para esperar.

— Ela não está lá — eu disse a ele.

Charlie se virou para mim, inclinando a cabeça para um lado, como se ele não entendesse, então voltou a encarar a porta do carro, latiu mais uma vez, esperando.

— Ela não vai voltar.

Entrei na casa e no meu escritório. No caminho, disse a Nicola para arrumar as malas de Dulce. Eu mandaria para ela mais tarde.

Depois de analisar a filmagem da câmera de segurança no cartão de memória, fiz várias cópias, coloquei uma em um cofre, enviei uma para o seminário para Bruno, e levei uma pessoalmente para entregar a Moriarty. Desta vez, porém, nos encontraríamos em um lugar público. Eu escolhi o restaurante e para garantir cheguei cedo.

Escolhendo uma mesa na parte de trás, eu pedi o meu jantar e esperei.

Quando ele finalmente chegou, eu não me levantei para cumprimentá-lo, mas limpei minha boca e gesticulei para ele tomar um assento.

Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora