Capítulo 9 Parte 4

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Meu pai era um criminoso meia boca. Nunca organizado ou esperto o suficiente para estar no topo de seu jogo. Sempre endividado. Um bandido de aluguel. Mas encantador. Sempre charmoso. O homem podia falar, e ele se gabava. Fazia as pessoas acreditarem em qualquer coisa que ele quisesse. Foi assim que minha mãe caiu de amores por ele, eu tinha certeza. Isso ou o fato de que o amor realmente é cego.

O abuso físico começou quando eu tinha doze anos. Eu sempre fui uma criança grande, então eu acho que ele pensou que eu fosse o alvo perfeito. Como se ele pudesse fazer o que quisesse comigo, pois no final eu sobreviveria. Eu me perguntei há quanto tempo ele estava batendo na minha mãe até que eu realmente visse a prova disso. Ela nos protegeu daquele lado dele o máximo que pôde.

Vendo o rosto de Dulce, seu medo, sua coragem - Porque ela era corajosa, ela não era a covarde que eu a acusava de ser - Isso me lembrou dela. Minha mãe.

E o reflexo que vi em seus olhos, me assustou, pois o que eu via ali neles, não era eu. Era ele.

Eu olhei para o meu relógio. Eram quase oito horas. Já passou do horário de visitas, mas eu não me importei. Quando eu encontrei as portas fechadas, peguei meu telefone celular, encontrando o número de Bruno e liguei para ele. O telefone tocou quatro vezes, em seguida, foi para o correio de voz. Eu dei a volta na propriedade, tentando todas as portas quando, finalmente, alguns minutos depois, meu telefone tocou. Era Bruno.

Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora