Capítulo 29 Parte 8

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Ele tirou algo do bolso. Era o meu anel, o que eu deixei no banheiro.

— Isso é ridículo, não é? Um fodido anel de espinhos.

Eu não tinha palavras.

— Mas eles se encaixam. Sendo casada comigo, Dulce, você sempre terá os espinhos, só que não há nenhuma rosa.

Eu me levantei, mas meus joelhos se dobraram, e eu caí de volta em minha cadeira, sufocando um soluço que veio de algum lugar dentro de mim.

Eu sabia o que estava fazendo. E eu estava certa. Isto era um adeus. Ele assinaria esse contrato, mas ele não estaria vendendo de volta minha liberdade. Ele estaria comprando a dele do meu avô.

E desta vez, foi muito mais difícil do que na igreja. Desta vez, isso me destruiria. Porque me dizendo que ele não me amava, por mais que tenha doído, isso era pior.

Ele colocou o anel em seu dedo e veio até mim.

— Eu te amo, Dulce, e quase perder você... — Ele balançou a cabeça, esfregou a barba de dois dias no seu queixo. — Eu estou fodido e com raiva, e eu não posso ficar com você.

— Não.

Ele ajoelhou-se diante de mim e pegou meu rosto em suas mãos, enxugando minhas lágrimas com os polegares.

— Não importa o quanto eu queira, eu não posso ficar com você. Seu avô, ele está enganado sobre Moriarty em uma coisa. Ele não vai parar. Ele não está preocupado com este pedaço de evidência. Seu ódio por mim, ele coloca você em perigo demais. A outra noite foi prova disso. Não importa o que, nós estaríamos sempre olhando sobre nossos ombros.

— Não. Não com a evidência.

— Mesmo se não fosse por ele, Dulce, eu nunca deveria ter trazido você aqui. Eu nunca deveria ter começado isso. Puni-la para punir seu avô? Veja o que aconteceu.

— Eu não opino nisso tudo?

Levantou-se para ficar de pé, trazendo-me com ele, e com o meu rosto em suas mãos, ele me beijou. Foi um beijo áspero. Um final.

— Eu amo você, Dulce.

Seu olhar penetrou nos meus como se ele memorizasse todos os detalhes do meu rosto.

— Eu te amo demais para fazer isso para você.

Antes que eu pudesse responder, antes mesmo de eu processar suas palavras, ele me afastou e pegou a caneta sobre a mesa e assinou seu nome no contrato. Eu assisti, estupefata, quando ele rabiscou sua assinatura na folha, então ele abaixou a caneta e colocou meu anel ao lado dela.

Com mais um olhar para mim, ele pegou o envelope com o cartão de memória, colocou-o no bolso, se virou e saiu pela porta.

Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora