Capítulo 18 Parte 5

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Eu a soltei e fui até o poste, colocando minha mão sobre ele pela primeira vez em anos. Lembrei-me dos cumes, os conhecia intimamente.

Dulce estendeu a mão para pegar a minha, aquela que segurava o chicote, e andou atrás de mim. Quando os dedos da outra mão traçaram as cicatrizes nas minhas costas, eu me encolhi, apertando cada músculo. Ela parou de se mover, mas não se afastou. Com um suspiro, eu abaixei a cabeça, minha mão se transformando em um punho sobre o poste.

Ela seguiu cada linha, seu toque leve como uma pena. Ela viu tudo. Ela me viu. E eu a deixei. Fiquei ali, e eu a deixei. E só depois que ela conheceu cada cicatriz ela se afastou. Foi só por um momento, e eu fiquei onde eu estava. Quando senti sua respiração em mim, seus lábios nas minhas costas, me beijando suavemente, beijando o tecido das cicatrizes, eu estremeci.

Quando me virei, ela se endireitou. Ela estava nua. Ela tinha tirado a camisa. Seus mamilos duros no ar frio do porão. Eu olhei para eles, para ela. E quando eu a peguei e a virei para que ela ficasse de costas para o poste, ela deixou. Mesmo quando o seu olhar cauteloso passou ligeiramente pelo chicote, ela deixou.

Beijando-a, eu trouxe seus pulsos para cima da cabeça e os algemei.

Ela gemeu, um suspiro escapando. Foi esse som — isso e o seu olhar — que denunciou seu medo. Eu me levantei para pegá-la, vi como ela estava na ponta dos pés, tentando deslizar seus pulsos dos ferros. Meu pau endureceu com a visão dela ali, amarrada ao poste, nua e minha.

A minha mercê.

— Você está com medo de mim agora?

Ela balançou a cabeça, mas não foi convincente. Eu sorri e estalei o chicote ao meu lado. Ela pulou e deixou escapar um pequeno grito.

— Eu acho que você está — eu disse.

— Você não vai me machucar — ela conseguiu dizer, com a voz trêmula.

— Eu não sei se você acredita nisso. — Eu andei ao redor do poste. Ela me seguiu com os olhos. — Você está tendo uma chance, Dulce.

— Você quer saber como é chicotear alguém? Ferir alguém que está impotente e incapaz de lutar com você?

— Doente, certo?

Ela não respondeu. Eu fiquei na frente dela. Seu olhar caiu brevemente para minha cueca, para meu pau pressionando como uma barra de aço, antes que ela arrastasse seu olhar de volta para o meu.

— Você não é como ele — disse ela.

— Isto não é evidência suficiente de quão doente eu sou? — Perguntei, apontando para minha ereção.

— Eu não me importo. Você não é o seu pai, Christopher. Tudo o que você pensa, por mais doente que você pense que seja, você não é. Você precisa deixar o passado ir.

— Talvez eu precise fazer isso primeiro. Saber como é. — Minha voz saiu tensa, estava difícil de engolir. Levou um longo tempo antes que eu dissesse a última parte. — Talvez eu precise ferir alguém primeiro.

Seus olhos procuraram os meus, e lágrimas como duas gotas de cristal delicadas deslizaram pelo seu rosto.

— Vire-se e abrace o poste, Dulce.

Seus dentes começaram a bater, e mais lágrimas seguiram. Meu pau doía. Com um passo, eu estava em cima dela, segurando a parte de trás de sua cabeça, pegando um punhado de cabelo, e levantei seu rosto. Eu esmaguei minha boca sobre a dela. Ela choramingou, me beijando de volta, completamente chorando agora, quase freneticamente, o beijo desesperado, como se só com os lábios ela se agarrasse a mim.

Eu deslizei o punho do chicote entre suas pernas, e ela deu um grito. Mas quando eu apertei sua boceta, ela estava molhada, o clitóris inchado. Olhei para ela, exalando antes de tomar sua boca novamente.

— Você está molhada — eu gemi, me esmagando contra ela.

— Eu quero você — ela disse, inclinando seu rosto para frente quando eu me afastei. — Faça amor comigo.

Não. Agora não era o momento para fazer amor. E eu não gostava dela usando o sexo para me manipular.

Virei-a bruscamente para que ela enfrentasse o poste, em seguida, tirei minha cueca. Ela empurrou sua bunda em mim.

Eu gemi com a necessidade, enterrando meu rosto em seu cabelo, imaginando sua boceta apertada no meu pau, cheirando seu perfume, sua pele tão perto.

— Eu não era o único — eu disse como se fosse uma confissão, beliscando seu mamilo antes de segurar aquele punhado de cabelos novamente e virar sua cabeça, beijando seu rosto manchado de lágrimas, encontrando sua boca.

— Christopher...

— Ele chicoteou minha mãe também. Eu não sei por quanto tempo ele fez isso. — Ela balançou a cabeça. — Quanto tempo ela manteve o segredo.

Eu pressionei o chicote contra a boceta de Dulce. Eu queria fodê-la. Deus, eu queria enterrar a porra do meu pau dentro dela, mas eu não podia. Ainda não.

— Se eu tivesse deixado ele me bater.... Se eu não tivesse lutado, talvez ele não a tivesse machucado.

Ela esticou o pescoço e olhou para mim, me escutando. E talvez eu tenha me ouvido, pela primeira vez, por dizer isso em voz alta, porra. Eu sabia a culpa que eu sentia. Não era nova. Não foi algo que eu enterrei. Mas dizer isso em voz alta? A outro ser humano? Para Dulce?

Eu balancei a cabeça, me afastando, segurando o chicote com força.

— Abrace o poste, Dulce.

— Não é sua culpa.

Ela puxou freneticamente suas restrições. Elas a prenderiam forte, no entanto. Eu sabia.

— O que ele fez, Christopher, não é culpa sua.

— Abrace a porra do poste! — Rugi, levantando o chicote.

Ela gritou e se virou, envolvendo seus braços e pernas ao redor da coisa da melhor maneira possível, e ela chorou e implorou e porra, Deus sabe o que ela disse. Que palavras, ela murmurou, porque eu não podia ouvi-las. Não mais. Tudo o que eu podia fazer era vê-la agarrar-se ao poste, assistir seu corpo tremendo enquanto esperava que eu a chicoteasse. Tudo o que eu podia fazer era vê-la.

Me ver nela.

Ver medo.

Sentir.

Sentir seu terror.

E isso me lembrou, me fez voltar tantos anos.

E isso me fez hesitar, e eu odiava que isso me fizesse malditamente vacilar.

Eu não poderia ser fraco.

Eu não faria isso.

Um som veio de mim, algo estranho e cheio, como vidro quebrando em mil pedaços. Estilhaçando. Danificando além do reparo.

Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora