Capítulo 12 Parte 7

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Ele assentiu.

— Não me olhe assim. Pelo menos você vai ver sua irmã.

— Christopher... — Comecei a me levantar, mas ele me parou. Sentou-se, tirou a camiseta, e começou a me limpar. Ele não falou enquanto ele limpava, e uma vez que ele terminou, ele abaixou meu vestido, me cobrindo.

— A mudança, Dulce — disse ele. — Não é a data. É outra coisa. — Me sentei, seu olhar me dando um aviso. — É uma alteração do contrato.

— Que alteração? — Perguntei, sabendo o que ele me diria, o que ele concordou, seria uma traição para mim.

— O casamento será consumado. — Confusa, eu esperei. — Seu avô pediu a mudança.

— Eu não entendo.

— Ele quer seu sangue em meus lençóis.

O desinteresse em seu tom me deixou fria.

Eu balancei a cabeça, afastando-me dele. Eu consumaria o casamento. Eu queria isso. Ele tinha que saber isso. Mas ele não queria? Esta noite... Ele iria fazer amor comigo.... Não, ele não faria amor. Ele me foderia. Eu nunca deveria cometer esse erro, não com ele. Ele iria me foder para ferrar meu avô. Se tratava disso, e eu fui uma tola de pensar de outro modo, mesmo por um segundo.

Ele ficou de pé.

— Vamos. Eu estou com fome.

Eu só podia olhar para ele, sem acreditar no que estava ouvindo.

— Uma noite, Dulce. Você vai sobreviver. Não olhe para mim assim. Não finja que não quer.

Ele estendeu a mão para pegar a minha.

— Fique longe de mim — eu disse, me afastando.

— Cristo.

Fiquei de pé, recuando.

— Porque você não me contou? Porque me humilhar assim? — Eu olhei para a minha calcinha descartada na grama, e a vergonha que senti fez minha pele queimar.

— Não seja dramática. Vamos.

— Você vai pegar algo que poderia ser bonito e torná-lo feio. Você não tem direito. — Tentei processar, entender como isso poderia estar acontecendo. — Você tem nojo de mim? — Eu finalmente perguntei.

— O quê? — Perguntou.

Eu suspirei, balançando a cabeça.

— Você vai me foder para que você tenha lençóis ensanguentados para provar que o casamento foi consumado? Para garantir que meu avô não conteste os seus supostos direitos à minha herança?

Ele respirou fundo e me olhou, como se estivesse confuso.

— Não tenho nojo de você. Longe disso — disse ele.

— Eu não posso acreditar em você. Deus, eu sou uma boba, não sou?

— Acalme-se, Dulce. Vamos para casa.

— Eu já disse, aquela não é a minha casa. Nunca será minha casa. Você acabou de se certificar disso.

— Tudo bem, já chega.

Ele segurou meus braços.

— Eu odeio você — eu disse, com lágrimas borrando minha visão. — Eu odeio que você vá fazer isso comigo.

— Não é como se você não quisesse.

— Eu não estou falando sobre foder, caralho! — Sem me responder, ele se virou, segurando um dos meus braços e caminhando de volta para a caminhonete. — Me solte. Fique longe de mim.

— E o que, deixá-la aqui? Ligar para o meu irmão vir buscá-la? Você gostaria disso, não é? Vocês dois se aproximaram rápido, Dulce.

Eu lutei com ele todo o caminho de volta para a caminhonete, mesmo que fosse inútil.

— Bem, notícia de última hora. Ele vai ser a porra de um padre. Ele é celibatário. Ou deveria ser.

— O que diabos isso significa?

— Eu não quero o seu irmão. Não é desse jeito.

— Não? — Ele abriu a porta do lado do motorista e me levantou, então me empurrou através do banco para o lado do passageiro. — Como é, então?

— Eu fico pensando que você tem jeito, mas você não tem — Eu disse quando ele ligou o motor e colocou o carro em marcha.

— Coloque o cinto de segurança.

— Eu continuo pensando que você está apenas perdido e ferido e....

— Bem, talvez você devesse parar de pensar nisso. Talvez você deva aceitar o fato de que eu sou a porra de um monstro. Que eu vou te foder, para mostrar ao seu avô doente os lençóis ensanguentados que ele quer ver.

— Vocês dois são doentes. — Eu cobri o rosto com as mãos.

— Bem, olhe pelo lado positivo. Uma noite comigo e está feito. Você nunca precisará me tocar de novo.

— Você está certo — eu disse, sem me importar se ele estava dirigindo rápido demais. — Você estava certo o tempo todo. Eu nunca deveria ter pensado em mais nada. Você é um monstro. Como seu pai.

Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora