Ela era doce, inocente e assustada.
E eu destruiria seu mundo tijolo por tijolo.
Ela não percebeu o que eu faria com o negócio da sua família. Ela pensou que eu tomaria sua herança e fugiria. Ela pensou que estava salvando sua irmã, sacrificando-se. Bem, se ela ainda não me odiasse no momento da entrega da herança, quando ela realmente entendesse o que eu faria. Seria tarde demais.
Não que isso importasse. Ela estava certa quando disse que eu não estava buscando absolvição. Eu não tinha interesse em perdão. O ódio e a traição queimaram qualquer bondade, qualquer honra, dentro de mim.
E eu não poderia me importar menos se ela me odiava.
***
Já passava das dez da manhã, quando Dulce desceu as escadas. Gail e sua equipe já estavam ocupadas cozinhando, e eu tinha acabado de entrar para pegar uma segunda xícara de café. Ela estava com seu cabelo molhado em um coque bagunçado e usava um vestido rosa pálido e parecia mais do que um pouco desconfortável ao entrar na cozinha.
— Bom dia — eu disse.
Ela corou, então limpou a garganta.
— Bom dia.
— Café ou chá?
— Café, por favor.
— Pão fresco para o café da manhã? — Perguntei.
Ela olhou para o balcão, onde Gail colocou uma cesta de pães e pequenos bolos.
— Cheira maravilhoso. — Ela olhou para Gail e repetiu o mesmo em italiano. Foi com forte sotaque, e a sentença estava fora de ordem, mas funcionou. Gail acenou com a cabeça.
— Dor de cabeça? — Perguntei, certificando-me de que ela soubesse que eu me lembrava da noite anterior.
— Estou bem.
Mentirosa.
— Bem, se você sentir mais tarde, há advil naquele armário. Venha, vamos comer lá fora.
Eu levei nossas xícaras de café, e ela me seguiu. Eu a vi olhar nos arredores, a bela ascensão e queda das colinas, os vastos campos verdes. A vinha morta. Sentamo-nos à mesa, e ela pegou um pedaço de pão e manteiga.
— Seu irmão disse que ia para o seminário?
— Sim. Ele quer se tornar padre.
— Ele tem apenas vinte e quatro anos. Eu acho que só conheci sacerdotes velhos.
— Nossa mãe era uma católica devota. Ela deve ter passado um pouco disso para ele.
— E você nem sequer acredita em Deus. —Dei de ombros. — Você não é próximo de nenhum dos seus irmãos. Sério? Nem mesmo de Bruno que é seu gêmeo.
Eu balancei minha cabeça.
— Eu acho que não posso imaginar isso. Eu não sei o que eu faria sem Cláu.
Um silêncio constrangedor se estendeu entre nós.
— Eu tenho alguns negócios na fazenda vizinha, então eu vou estar fora a maior parte do dia.
— Posso ir com você? Eu não quero ficar aqui sozinha o dia todo.
— A costureira virá à tarde para ajustar seu vestido de noiva.
— Um vestido de noiva? Eu achei que seria uma cerimônia civil.
— Na frente de Deus e do homem.
Ela não seguiu com a conversa.
— Você disse que me levaria a um passeio.
— Mais tarde. — Olhei para o relógio.
— Já acabei. Eu não vou fazer você se atrasar.
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Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)
FanficDulce promete se casar com Christopher em seu décimo oitavo aniversário para liquidar uma dívida antiga. Como seu avô deve muito dinheiro, ele usa Dulce como um peão sem valor. Ela fica mais do que irritada com a situação, mas ela segue com o arranj...