Christopher
Bruno e eu trabalhamos em silêncio durante as primeiras horas, e quanto mais o tempo passava, mais eu pensei sobre como ele tomou o meu comentário. Como se houvesse alguma verdade por trás dele, teria consequências pesadas para o meu irmão.
Olhei para ele. Ele tirou a camisa e estava levantando blocos de pedra quebrados para levar para fora.
— Bruno — eu disse, enxugando a testa com a minha camisa descartada. — Está quente. Devemos fazer uma pausa.
— Vá se você precisar. Eu preciso continuar trabalhando.
— Por quê? Aqui tem estado desse jeito durante anos. Agora você está com pressa?
— Eu só preciso trabalhar, Christopher. Volte para a casa. Eu não preciso de você aqui.
Ele não olhou para mim uma vez enquanto trabalhava. Eu me encostei contra a parede e bebi da minha garrafa de água, que já estava quente.
— Diga-me o que aconteceu — eu disse.
Ele parou, com as costas tensas, ou pela minha pergunta ou pelo peso da pedra que carregava.
— Nada — disse ele com um olhar por cima do ombro. — Eu não sei do que você está falando.
Ele saiu da igreja, e eu ouvi a pedra bater contra a pilha que já fizemos. Eu ri. Durante toda a conversa, meu irmão precisava de ajuda para ser honesto consigo mesmo.
— Bem, se você não sabe do que estou falando, como pode ser nada? — Perguntei quando ele voltou, tomando mais um gole de água. — Quente como mijo.
Ele parou, seus olhos escurecendo.
— Você está em uma igreja. Meça suas palavras.
Eu levantei as duas mãos em sinal de rendição simulada.
— Não sabia que você se importava muito, considerando tudo.
— Qual é a porra do seu problema? — Perguntou ele, de repente na minha cara.
— Uau, irmão. Quem tem que cuidar da boca agora?
— Se você está tentando me incitar a uma briga...
— Eu só estou fazendo uma pergunta — eu disse, inclinando-me em seu espaço. Nós éramos iguais na altura e similar na construção física. Eu não lutei com ele desde que éramos garotos. Eu lutaria se fosse preciso. Porra, talvez fizesse ele se sentir melhor.
— Bem, não.
— Você é meu irmão. Estou apenas cuidando de você.
Ele cerrou os dentes.
— Eu não preciso de cuidado. E eu nunca lhe pedi para me proteger. Nem uma única vez. Você quis fazer isso. Você escolheu.
— Que porra você está falan...
Ele balançou seu punho tão rápido, que eu quase não o vi chegar. Mas na prisão eu aperfeiçoei minhas habilidades de luta. Eu peguei seu braço, parando a colisão com o meu rosto.
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Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)
FanfictionDulce promete se casar com Christopher em seu décimo oitavo aniversário para liquidar uma dívida antiga. Como seu avô deve muito dinheiro, ele usa Dulce como um peão sem valor. Ela fica mais do que irritada com a situação, mas ela segue com o arranj...