Capítulo 21 Parte 1

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Christopher

Bruno e eu trabalhamos em silêncio durante as primeiras horas, e quanto mais o tempo passava, mais eu pensei sobre como ele tomou o meu comentário. Como se houvesse alguma verdade por trás dele, teria consequências pesadas para o meu irmão.

Olhei para ele. Ele tirou a camisa e estava levantando blocos de pedra quebrados para levar para fora.

— Bruno — eu disse, enxugando a testa com a minha camisa descartada. — Está quente. Devemos fazer uma pausa.

— Vá se você precisar. Eu preciso continuar trabalhando.

— Por quê? Aqui tem estado desse jeito durante anos. Agora você está com pressa?

— Eu só preciso trabalhar, Christopher. Volte para a casa. Eu não preciso de você aqui.

Ele não olhou para mim uma vez enquanto trabalhava. Eu me encostei contra a parede e bebi da minha garrafa de água, que já estava quente.

— Diga-me o que aconteceu — eu disse.

Ele parou, com as costas tensas, ou pela minha pergunta ou pelo peso da pedra que carregava.

— Nada — disse ele com um olhar por cima do ombro. — Eu não sei do que você está falando.

Ele saiu da igreja, e eu ouvi a pedra bater contra a pilha que já fizemos. Eu ri. Durante toda a conversa, meu irmão precisava de ajuda para ser honesto consigo mesmo.

— Bem, se você não sabe do que estou falando, como pode ser nada? — Perguntei quando ele voltou, tomando mais um gole de água. — Quente como mijo.

Ele parou, seus olhos escurecendo.

— Você está em uma igreja. Meça suas palavras.

Eu levantei as duas mãos em sinal de rendição simulada.

— Não sabia que você se importava muito, considerando tudo.

— Qual é a porra do seu problema? — Perguntou ele, de repente na minha cara.

— Uau, irmão. Quem tem que cuidar da boca agora?

— Se você está tentando me incitar a uma briga...

— Eu só estou fazendo uma pergunta — eu disse, inclinando-me em seu espaço. Nós éramos iguais na altura e similar na construção física. Eu não lutei com ele desde que éramos garotos. Eu lutaria se fosse preciso. Porra, talvez fizesse ele se sentir melhor.

— Bem, não.

— Você é meu irmão. Estou apenas cuidando de você.

Ele cerrou os dentes.

— Eu não preciso de cuidado. E eu nunca lhe pedi para me proteger. Nem uma única vez. Você quis fazer isso. Você escolheu.

— Que porra você está falan...

Ele balançou seu punho tão rápido, que eu quase não o vi chegar. Mas na prisão eu aperfeiçoei minhas habilidades de luta. Eu peguei seu braço, parando a colisão com o meu rosto.

Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora