Capítulo 12 Parte 4

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— Eu não quero que você ande por aí com o meu irmão — disse ele.

— Nós não estávamos andando por aí. Eu só queria ver....

— O túmulo da minha mãe? Você queria ver por que eu estou tão fodido?

Ele me agarrou pelos braços, seu aperto muito forte.

— Você está me machucando.

— Entre na maldita caminhonete.

— Por que você está tão bravo?

— Droga, entre.

Ele me levantou, me colocou na caminhonete, e fechou a porta antes que eu pudesse protestar. Ele deu a volta para o outro lado e entrou. Eu vi Bruno nos observando da porta da capela.

— E o seu irmão?

Christopher estendeu a mão para colocar o cinto de segurança em mim, em seguida, deu a volta com a caminhonete e saiu muito rápido.

— Ele já é grandinho. Ele pode encontrar o caminho de volta sozinho.

— Por que você está tão bravo?

— Eu já disse na outra noite, Dulce. Estou fodido. Isso é tudo. Tudo o que você imaginou que aconteceu entre nós, esqueça.

— O que eu imaginei? — Perguntei, sentindo raiva agora. Ele me olhou com o canto do olho. — Desacelere.

— Você quer saber sobre minhas costas? Sobre as cicatrizes? — Ele não desacelerou, com as mãos em punhos no volante enquanto nós dirigimos passando pela casa e em direção ao portão que leva para fora da propriedade. — Era isso que você estava perguntando a Bruno?

— Onde estamos indo? Desacelere.

— Meu pai me chicoteava. Era sua punição especial só para mim. Tenho certeza que meu irmão contou tudo para você.

Eu vi seu rosto, me sentindo realmente com medo agora enquanto nós íamos estrada a fora, rodas girando, levantando poeira.

— Dezenas de vezes. Lá embaixo naquele porão. E isso não é o pior de tudo.

— Christopher... — Estendi a mão para tocá-lo, mas puxei minha mão de volta.

— Eu precisava ver aquele lugar novamente. Isso foi tudo. Eu estava bêbado.

— Por favor, diminua a velocidade. Você está me assustando. — Então nós passamos em um buraco. Deixei escapar um pequeno grito, o cinto de segurança me apertando enquanto eu tirava as minhas mãos do painel.

Ele riu, mas o som era estranho, não era um sorriso de verdade, mas ele diminuiu a velocidade da caminhonete.

— Você está com medo de mim ou do jeito que eu dirijo? — Perguntou.

— Ambos — eu respondi honestamente. — Ele não me disse nada sobre suas cicatrizes. Ele me disse que você era um bom irmão. Um protetor. Isso foi tudo.

Ele olhou para mim, estudando meus olhos na luz fraca.

— Eu perguntei a ele, e ele disse que era você quem deveria contar. Isso é tudo, Christopher.

Isso pareceu acalmá-lo um pouco, e nós dirigimos em silêncio durante dez minutos antes dele pegar um desvio para uma estrada sinuosa que conduzia para o que parecia ser uma vila abandonada e em ruínas.

— E não era nada — eu disse, reunindo minha coragem. Estudei seu perfil. — O que aconteceu na outra noite, você não estava apenas bêbado. Era algo mais.

Ele não respondeu. Nós dois sentados em silêncio enquanto ele dirigia. Ele finalmente estacionou o carro próximo às paredes exteriores da vila. Desligou o motor e ficou olhando para a vila. Eu mantive meus olhos nele.

Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora