Eu recuei, olhando para as janelas, vendo que uma estava aberta no lado mais próximo do fogo. É onde ela estava. Eu sabia.
Sem pensar, peguei a pedra mais próxima e atirei pela janela no andar de baixo, quebrando-a. Não me importando que cacos de vidro rasgassem minhas roupas e pele, subi para dentro, o som distante de sirenes me dando alguma esperança, mesmo quando o cheiro de gasolina enchia minhas narinas.
Ela ficaria bem.
Eu a encontraria. Eu chegaria a tempo.
Eu não a deixaria morrer.
Mas tudo que eu podia ver eram as imagens do pesadelo. Ouvi-la. Incapaz de alcançá-la. Abrir a porta apenas para descobrir que era tarde demais. Encontrar restos carbonizados...
— Dulce!
Eu tirei minha camisa para cobrir minha boca e nariz e corri para as escadas. A fumaça espessa tornava impossível ver.
— Dulce, onde você está?
Nada. Nada dela.
Mas um latido.
Fiquei no alto das escadas e olhei para o corredor na última porta. A mais longe de mim. Mais latidos. Era Charlie.
O corredor parecia crescer mais enquanto eu me movia, muito lentamente, mesmo enquanto eu me obrigava, lutando contra o pesadelo, os demônios que continuavam a repetir aquela cena, de novo e de novo e outra fodida vez.
— Dulce!
Algo caiu atrás de mim, uma viga caindo, o teto se abrindo para o céu. Sufocando, eu fui para frente, alcançando a porta. Os latidos de Charlie continuavam agora.
— Dulce. Eu estou aqui. — Eu toquei na maçaneta da porta. Queimou a minha mão. Envolvendo minha camisa em volta dela, eu a girei.
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Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)
FanfictionDulce promete se casar com Christopher em seu décimo oitavo aniversário para liquidar uma dívida antiga. Como seu avô deve muito dinheiro, ele usa Dulce como um peão sem valor. Ela fica mais do que irritada com a situação, mas ela segue com o arranj...