Capítulo 20 Parte 1

991 86 7
                                    

Christopher

Os seus olhares quando me viram me aproximar do seu pequeno almoço acolhedor foi inestimável. Eu gostaria de ter uma câmera. Choque e pavor seriam as palavras certas para descrever. Pelo menos para Dulce. Eu tive a sensação de que o velho me esperava.

Quando Taylor me ligou para dizer que nem ela nem o cão foram encontrados em qualquer lugar, eu sabia exatamente onde ela estaria. Ou pelo menos com quem ela estaria. Ela me ignorou completamente e fez o oposto do que eu disse. O que eu acho que significava que ela não me ignorou completamente. Eu sempre tentei ver as coisas pelo lado bom.

Eu liguei para o hotel em Siena, onde seu avô estava hospedado, e que levou apenas alguns minutos para eu fazê-los me dizer onde o motorista estava o levando. Vinícola Espinosa.

— Bem, bem, que surpresa — disse Fernando, limpando a boca com o guardanapo.

Eu o ignorei, meus olhos em minha esposa desobediente em vez disso. Naquele momento, eu percebi que não poderia nomear a tempestade de emoções que rodava dentro de mim. Estava muito confuso, muito estranho.

— Almoço agradável? — Eu forcei minha voz para parecer calmo, mas isso não aconteceu. Não completamente.

Charlie latiu em seus pés, sua coleira presa sob a cadeira dela, a única coisa impedindo-o de correr para mim. Como se eu fosse seu mestre para cumprimentar.

— Sim, foi — disse ela, levando o guardanapo de seu colo e colocando-o ao lado do prato. — Estamos sem sobremesa, ou eu lhe ofereceria. — Ela se levantou, me surpreendendo.

— Você está indo embora? — Perguntou seu avô. — Tão cedo?

— Se Christopher veio até aqui para me pegar, eu não quero deixá-lo esperando. Ele tem um monte de reuniões. Homem ocupado, você sabe.

Ela disse adeus para os homens.

— Só um minuto, Dulce — disse seu avô.

Ela parou. Ele acenou para o gerente, que tinha a mão no bolso para pegar duas chaves. Fernando pegou e estendeu-as para ela.

— Isso vai abrir o portão lá embaixo quando ele estiver trancado, bem como a própria casa. —Ela parecia confusa. — Pegue. Ela ainda é sua, afinal de contas.

Ela estendeu a mão para pegar as chaves.

— Obrigada.

— Seja bem-vinda.

Um momento depois, ela se virou para mim.

— Você não tinha que vir me buscar. Meu avô teria me levado.

Eu soltava fumaça. Minhas unhas cravaram em minha palma.

Quando a levasse para casa...

— Pegue seu cão, e vamos embora — eu rebati.

— Como eu disse, você não precisava vir.

O avô dela nos observava, quase incapaz de manter o sorriso satisfeito fora de seu rosto. Ela pegou Charlie, e eu tinha a sensação de que ela estava trabalhando muito duro para não ter que me encarar.

Uma vez que ela chegou até mim, eu peguei seu braço e a puxei para perto.

— Solte.

Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora