Capítulo 24 Parte 3 (M13/15)

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— Como é que eu estou fazendo diferente com você? — Perguntou.

— Christopher. — Levei alguns minutos para processar suas palavras.

Ele afastou minha mão, levantou-se e foi até o altar, onde ele colocou a mão sobre ele, tocando o crucifixo. Quase acariciando.

— Eu fiz de você uma prostituta, não é?

Ele não olhou para mim.

— Eu só continuei repetindo a história, agindo por agir.

Essa carícia mudou de repente, e em um puxão rápido, violento, ele puxou o crucifixo da parede.

— Agir por agir de merda.

Ele o jogou do outro lado da capela, batendo-o na parede oposta, onde ele caiu e se partiu em dois, a placa de inscrição, INRI, deslizando para o canto mais distante.

— Christopher. — Fiquei de pé e agarrei seu braço enquanto ele segurava a porta quebrada do sacrário e a rasgava de suas dobradiças. — Pare.

Eu não poderia impedi-lo. Ele puxou a outra porta, expondo o interior vazio onde a comunhão uma vez fora armazenada.

Eu puxei mais forte em seu braço.

— Olhe para mim.

Ele não faria isso.

— Olhe para mim, porra!

Ele olhou, mas só quando eu consegui me espremer entre ele e o altar.

— O que esse homem fez com sua mãe é diferente. Não somos nós. — Eu balancei ele, obrigando-o a me encarar. — Afinal, como você pode chamar de prostituta alguém que está disposta?

Ele me estudou, seus olhos mais derrotados do que com raiva. Ele deu um passo para trás, os ombros caindo. Eu balancei a cabeça e agarrei seu rosto.

— Não. Você não pode fazer isso. A memória de sua mãe é sagrada, Christopher. Não deixe esse homem manchá-la com suas mentiras.

— Mas não são mentiras, Dulce. Você não entendeu? E você? Eu fiz de você minha prostituta.

— Então foda-me.

— Volte para casa, Dulce — disse ele, empurrando-me para longe.

— Não. Foda-me. Foda sua prostituta. — Eu disse, ficando cada vez com mais raiva de mim mesma.

— Eu disse vá.

Ele pegou meu braço rudemente e me afastou.

— Não. Você não pode fazer isso! Eu não vou deixar você! — Eu gritei voltando ao seu espaço, minhas mãos em cada lado de seu rosto. Eu só precisava recuperá-lo, atraí-lo de volta para este momento, aqui e agora, de qualquer inferno que ele tivesse entrado. — Você acha que é o único com demônios?

Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora