Capítulo 8 Parte 4

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— Como você está? Como é aí?

— Bem — Eu disse. — É uma propriedade muito agradável, na verdade. A família dele tem uma propriedade aqui, ou eu acho que é dele agora.

— Você conheceu os seus irmãos?

— Apenas um. Bruno. Ele quer se tornar um padre!

— Um padre?

— Eu sei, eu também fiquei chocada. Quero dizer, esta é a família Uckermann. A única coisa legítima sobre eles era a vinícola que foi destruída. Não é nenhum segredo quem era seu pai, e o que ele fez.

— Não julgue todos eles pelas ações de seu pai.

Ela estava mais certa do que sabia, considerando as ações do avô.

— Você é muito melhor do que eu, Cláu.

— Como ele é? Christopher, eu quero dizer?

Dei de ombros. Honestamente, eu não conseguia entendê-lo. O que eu diria a ela?

— Eu não sei ainda, acho. Ele me deu um filhote de cachorro labrador.

— Ele deu? Uau! Isso é bom.

— Foi um ato amável. Ele não é um homem bom, Cláu. Não podemos esquecer isso.

— Talvez ele esteja tentando?

— Eu não quero ser ingênua. — Mas eu queria acreditar. Isso faria as coisas suportáveis.

— Dê a ele uma chance.

— Como posso fazer isso quando eu sei que a razão para isso é minha herança? Ele vai casar comigo por isso, manter-me prisioneira, e depois? O que acontecerá depois de três anos?

"Três anos, então você estará livre. Um casamento somente no papel. Vou até certificar-me de que você não estará na rua depois disso, se você for uma boa menina."

— Ninguém sabe o que vai acontecer no futuro. Você sempre me disse isso quando eu estava triste.

— Ele quer que eu use o vestido de casamento de sua mãe.

— O que?

— Eu não entendo, Cláu. Eu acho que ele gosta de brincar comigo, mas isso é tão estranho. Porque ele iria querer isso?

— Dulce, eu não gosto dele por levá-la embora. Eu não gosto do que ele está fazendo com você, conosco. Mas ele poderia ser realmente terrível para você. Ele podia trancar você e jogar a chave fora. Não é como se nosso avô pudesse detê-lo se quisesse.

— Eu sei que ele não pode.

— Meu ponto é, dê-lhe uma chance. Você não o conhece. Ele foi ao fundo do poço e voltou. Talvez ele esteja procurando por algo também. Talvez ele esteja tentando encontrar a paz.

— Ou se vingar.

— Você tem que dar uma chance para descobrir isso. Coloque-se no lugar dele.

— Você está do lado de quem?

— Seu. Sempre do seu. Mas, nos próximos três anos, você está presa. Eu não quero que seja um inferno para você.

— Queria que você estivesse aqui.

— Nosso avô nunca concordará com isso. Você sabe.

— Eu sei.

Ouvi a voz de seu professor chamando por ela.

— Só um minuto — ela gritou. — Eu tenho que ir — disse ela para mim. — Eu te ligo de volta depois da aula, ok?

— Certo.

— Ei, não fique triste. — Concordei, mas as lágrimas encheram meus olhos. — Me envie fotos do cachorrinho. Como você o chamou?

— Charlie.

— Como o nosso Charlie.

— Você se lembra dele?

— Me lembro de perdê-lo — disse ela.

— Eu sinto muito.

— Não foi sua culpa. Você tinha cinco anos.

— Eu sei.

— Eu tenho que ir, Dul. Eu te amo.

— Eu também te amo.

Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora