Ontem à noite acontecendo do jeito que aconteceu, no entanto, mudou tudo. Ela se deu para mim. Eu não tive que olhar no espelho esta manhã para encontrar um monstro mais terrível do que Marcus Steele olhando de volta.
Mas havia mais. Mais que não dizia respeito à Dulce, ainda não de qualquer maneira. Eu me agarraria a isso, e usaria quando eu precisasse.
Fernando Espinosa queria cinco por cento de volta. Cláu poderia vir e passar alguns dias com a sua irmã se eu concordasse em perder cinco por cento, recebendo apenas quarenta e cinco por cento das ações, e não cinquenta. Desta forma, ele garantiu que eles mantivessem o controle da Vinícola Espinosa.
Ele não era um tolo. Ele suspeitava que eu afundaria a empresa o mais rápido que pudesse, logo que eu tivesse a capacidade de fazê-lo. E eu ainda afundaria. Eu apenas faria de forma diferente do que eu imaginei. Ele ainda pagaria. Porra, dessa forma, ele perderia tudo, não apenas a metade.
E eu perderia Dulce quando acontecesse.
Mas havia mais a considerar do que Fernando Espinosa. Meu encontro com Moriarty não foi bem. Eu não percebi o quão grande era a dívida de meu pai. E Moriarty não estava disposto a perdoar essa dívida só porque meu pai estava morto. Ele ainda tinha toda a intenção de receber.
Eu não poderia lhe dar o que ele queria, porém, porque o que ele queria era o legado da minha mãe. Esta casa. A terra. Tudo isso. Ele até me pagaria por isso, pelo menos a parte que meu pai não lhe devia.
Moriarty era um desenvolvedor de negócios. Bem, isso era a fachada legítima. Ele tinha uma maneira de conseguir o que queria e não tinha nenhum problema em usar todos os meios que ele precisasse. Quando Bruno me disse para chamar a polícia e deixá-los lidar com isso, ele não entendia que Moriarty tinha a polícia na sua folha de pagamento. Eu teria que lidar com ele, e eu não poderia deixar que Dulce fosse parte disso.
Eu me sentia pressionado por todos os lados, perdendo a vida aos poucos. Tudo isso enquanto eu segurava Dulce, tentando impedi-la de ser esmagada.
Levantei-me da cama.
Dulce se agitou, mas se aquietou rapidamente. Eu pus o cobertor sobre ela e vesti um par de jeans, então, do meu armário, eu peguei o lençol manchado que Gail dobrou e colocou lá sob minhas instruções, enquanto eu dava banho em Dulce. O levei para o andar de baixo, para a sala de estar. Lá, eu acendi o fogo da lareira e o assisti queimar, assisti os gravetos queimarem, assisti as chamas consumirem a madeira. Eu estudei aquele fogo por um longo tempo. Eu não acho que decidi conscientemente. Eu coloquei o lençol nas chamas, destruindo-o, vendo-o queimar, todas as evidências da nossa noite de núpcias transformada em cinzas.
De certa forma, era simbólico, porque por dentro, eu também estava em cinzas.
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Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)
FanfictionDulce promete se casar com Christopher em seu décimo oitavo aniversário para liquidar uma dívida antiga. Como seu avô deve muito dinheiro, ele usa Dulce como um peão sem valor. Ela fica mais do que irritada com a situação, mas ela segue com o arranj...