Capítulo 22 Parte 1

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Dulce

Christopher e eu voltamos para a casa em silêncio. Ele segurou minha mão, seu polegar fazendo círculos dentro da minha palma. O ar pendia pesadamente ao redor dele, seu humor escuro. Eu queria que ele me contasse o que aconteceu entre ele e Bruno.

— Você está bem? — Eu finalmente perguntei antes de entrar.

Ele virou para mim e esfregou meus braços, me apoiando contra a parede. Sua expressão parecia ter mil coisas a dizer, mas em vez de dizer qualquer uma delas, ele embalou minha cabeça com uma mão e se inclinou para beijar-me na boca, seus lábios macios contra os meus, o toque íntimo e sensual. Diferente de seus outros beijos. Não erótico. Não no início. Quando ele se afastou, seus olhos quase brilharam.

Toquei seu rosto, e ele se encolheu. Ele teria uma contusão feia amanhã.

— A minha intenção quando eu comecei isso, todo o tempo que planejei, eu nunca pensei em você. Não você, como em carne e osso, humana. Meu irmão tem razão em se preocupar. Eu continuo dizendo que eu não vou te machucar, mas eu vou, não é?

— Christopher...

— É o que eu faço. — Ele balançou a cabeça e passou um dedo pelo meu rosto. — Eu poderia parar. Eu poderia cancelar tudo. Deixar para lá. Esquecer a herança. Se eu fosse bom, eu faria isso. Mas eu não sou bom.

Eu procurei seus olhos, confusos. Ele parecia solene, quase pesaroso, e as suas palavras pareciam tão... Finais. Mas antes que eu pudesse fazer qualquer pergunta, a porta se abriu. Gail saiu com Charlie correndo ao redor de seus pés. Ela parecia irritada e então quando nos viu, embaraçada. Ela nos disse que o jantar estava pronto, e se nós não nos apressássemos, estaria frio em breve.

— Vamos.

Christopher pegou minha mão e me levou para dentro.

Depois que ele tomou um banho rápido, nós três nos sentamos para jantar. Eu não perdi como os olhos de Cláu vagavam para o assento vazio onde Bruno deveria sentar.

Quando voltei para casa naquela tarde, ela parecia....

Diferente. Feliz, mas diferente do habitual. Ela me contou sobre seu dia com Bruno, disse que ele chegou a casa cedo, e eles tomaram café juntos enquanto me esperavam, mas quando era por volta das dez eu ainda não tinha aparecido, ele se ofereceu para lhe mostrar sua vila favorita, Pienza. Depois disso, a história foi bastante superficial. Almoço. Um passeio pela igreja. Em seguida, dirigiram pelo campo. Algo me dizia para não fazer mais perguntas, mas sim esperar que ela me dissesse.

Fiquei imaginando o quanto do dia de Bruno e Cláu juntos tinha a ver com a briga dos irmãos. Eu estava morrendo de vontade de perguntar detalhes à Christopher, mas não podia, não com Cláu lá. Em vez disso, nós tivemos conversa fiada, e a cada pequeno barulho tanto Christopher quanto Cláu olhavam para a porta. Bruno nunca apareceu, e passava das onze da noite quando Cláu finalmente foi para a cama, sua decepção era evidente.

Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora