— Eu quero saber — eu disse, olhando para a madeira gasta, como se ela estivesse ouvindo meus pensamentos, e eu estava apenas continuando a conversa. — Eu quero saber o que ele sentia.
Quando eu finalmente mudei o meu olhar para ela, eu a encontrei em pé na parte inferior das escadas com os pés descalços, minha camisa batendo no meio da coxa, os braços em torno de si mesma. Ela me olhou, seu olhar desviando para o poste, o chicote, para o meu punho enrolado no cabo.
— Você está bebendo? — Perguntou ela.
Percebi que ainda segurava a garrafa na minha outra mão e trouxe-a para a minha boca, drenando-a, em seguida, a joguei esmagando-a contra a parede oposta.
Dulce pulou.
Eu enfrentei ela, dei um passo em direção a ela. Em seguida, outro.
— Venha aqui — eu disse.
— Abaixe o chicote — disse ela.
— Eu gosto de segurá-lo. Eu gosto do que sinto.
— Não. Você não gosta.
— Eu gosto. Eu realmente gosto.
— O que aconteceu hoje à noite? Porque você está aqui? Já passa de uma da manhã.
— Venha aqui.
Ela olhou para o chicote e sacudiu a cabeça.
— Você tem medo de mim?
Ela me estudou, sua testa franzindo um pouco.
— Não.
Uma mentira.
— Então venha até mim.
Demorou duas vezes o tempo que deveria demorar para atravessar o espaço entre nós.
— Você me despiu? Eu acordei nua.
Eu balancei a cabeça e toquei a curva de sua cintura, com minha mão agarrei a camiseta, e a puxei para mim.
— Eu gosto de você nua. — Eu serpenteei meu punho ao redor dela, segurando-a para mim, eu me inclinei para beijá-la.
Uma de suas mãos envolveu meu ombro, a outra agarrou no pulso que segurava o chicote, mantendo o braço ao meu lado.
Seus lábios tremeram um pouco, traindo sua cautela.
Puxando-a para mais perto, eu pressionei meu rosto em seu cabelo, inalando o cheiro de xampu. Fechei os olhos e respirei fundo.
— Eu quero saber como é — eu sussurrei em seu ouvido. — É doente, não é?
A mão que estava envolta em meu ombro agora mudou- se para o meu rosto. Ela olhou para mim com pena em seus olhos.
Eu odiava pena. Eu odiava isso.
Eu queria que desaparecesse.
E se foi, no instante seguinte. Eu senti meu rosto mudar, meus olhos escurecem, e soube o momento em que ela processou a mudança porque o medo substituiu a pena.
Ser miserável era ser fraco. Eu não seria fraco. Eu decidi isso na noite em que eu o matei.
— Não sinta pena de mim, Dulce. Eu me aceito como eu sou.
— Não, Christopher. Isto não é o que você é. Não é o que você quer.... Você não deve beber...
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Desonroso - Adaptada Vondy (Concluída)
FanfictionDulce promete se casar com Christopher em seu décimo oitavo aniversário para liquidar uma dívida antiga. Como seu avô deve muito dinheiro, ele usa Dulce como um peão sem valor. Ela fica mais do que irritada com a situação, mas ela segue com o arranj...