*Sem Revisão
Ana
O cartão dele estava em cima da mesa com o nome e número de telefone. Uma noite de cortesia seria ótimo, ele foi tão generoso.
— Quem me incomoda? — Noah perguntou assim que atendeu a ligação.
— Pensei que era pra ligar, já que deixou o seu cartão comigo — brinquei.
— E eu achei que não fosse.
— Não pensou que eu ia ligar no dia seguinte da nossa noite, né? — cruzei meus pés, os apoiando na mesa.
— Não, só achei que fosse ligar antes, já faz praticamente uma semana — comentou.
— Sorte que o meu número é privado — ouvi sua risada.
— Talvez eu vá lhe ver no próximo final de semana.
— E por que não hoje? — fiz sinal de silêncio pra Cléo, quando ela entrou no escritório.
— Hoje? Aonde?
— Me diga você! Prefiro não ti levar aonde eu moro, não quero que pense em me matar depois da nossa última noite ou que fique me perseguindo.
— Eu não sou tão mal assim! Você tem um papel pra anotar o endereço? — peguei uma caneta e o bloquinho de folhas.
— Pode dizer! — anotei e nos despedimos.
— Aonde você está indo? — Cléo me encarou.
— Me preparar para ter uma noite maravilhosa! — sorri, destacando o papel do bloco.
Pendurei minha bolsa no ombro e fui embora pra casa, precisava dormir um pouco. Depois de um banho bem relaxante, vesti um bory branco de renda, eu amo preto, mas ele me deixa sexy e o Noah já me viu com lingiere preta, mas se bem que o quarto nem estava tão iluminado naquela noite. Fiz uma maquiagem só com pó compacto e batom vermelho, abri minha gaveta de máscaras e decidi pela branca, pra combinar, vesti um sobretudo e solicitei um táxi pelo celular, ele me deixou em frente a um prédio bem luxuoso, o porteiro informou que eu já podia subir, Noah morava no décimo andar, fui até o nono pelo elevador e o último subi pelas escadas, eu tinha que colocar minha máscara. Toquei a campainha quando já estava pronta, abri os primeiros botões do meu sobretudo e logo a porta foi aberta, seus olhos azuis me olharam com intensidade.
— Eu cheguei a duvidar que você iria vir — disse.
— Eu sou uma mulher de palavra! — beijei seus lábios, agradeci por meu batom ser bom e não sair com beijo.
— Quando eu deixei meu número, é porquê eu havia mudado de idéia quanto a ter só uma noite — fechou a porta, a trancando.
— Eu sei! Por isso estou aqui! — deixei minha bolsinha na bancada e caminhei até ele.
— Você quer beber alguma coisa? — neguei.
— Eu não bebo em serviço.
— Uma taça de vinho não faz mal à ninguém — me ergueu, me colocando no banquinho em frente ao balcão.
— Acho que não mesmo — sorri.
— Eu posso tirar esse sobretudo? Ele está atrapalhando a minha visão, sabe?
— Não abra os últimos botões, até a cintura só — assentiu.
Ele beijava a minha pele exposta a cada botão que abria, suspirei sentindo a maciez de seus lábios e o áspero de sua barba. Meu Deus, esse homem vai me enlouquecer só com beijos! Noah me serviu uma taça de vinho tinto, nos sentamos no sofá e ele ficou ao meu lado, me encarando, esses olhos me deixam intimidada.
— Eu adoraria lhe ver sem a máscara — sorriu de lado.
— Nem pensar.
— Preciso falar uma coisa — se virou, ficando com a perna no estofado — Se eu transar com você pensando em outra mulher, vai ficar brava? — neguei.
— Só não quero que reclame quando rolar algo entre vocês e ela não for tão boa quanto eu — brinquei colocando a taça na mesinha de centro.
— Ela é tão complicada que eu acho que vai demorar pra acontecer alguma coisa entre nós dois.
— Já que ela não quer, eu quero — tirei sua camisa e o beijei.
O gosto de vinho misturado com o beijo fazia uma excelente combinação. Quando eu vi Noah entrando pelo salão naquele dia, eu senti um desejo forte, nenhum outro homem que passou por ali havia despertado isso em mim, e no momento que a Madame me falou sobre sua proposta de passar a noite comigo, aceitei não só pelo dinheiro que é sempre bom, mas eu queria me saciar, já que seu olhar sobre o meu corpo me deixou excitada enquanto eu dançava.
— Seja tão bom quanto foi naquela noite — sussurrei, fechando os olhos quando sua boca sugou meu seio.
— Eu vou ser — apertou minha bunda.
Ele jogou meu sobretudo no sofá vazio e me ergueu, me levando para o quarto, senti seu corpo se deitando sobre o meu e a sua ereção na minha barriga, o virei ficando por cima, mexi o quadril. Beijei seu peito, descendo até a barra de sua calça, eu não sou muito fã de sexo oral, mas quando eu imaginei esse homem sem nenhuma peça de roupa cheguei a salivar desejando beijar cada parte do seu corpo.
§
Esperei o Noah adormecer e me levantei da cama, antes de sair do quarto deixei um beijo em seus lábios e a minha máscara no travesseiro. Vesti o bory com o sobretudo, colocando a touca e fui para o elevador, deixando claro para mim mesma que a Ana não iria mais o encontrar.
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Desejo Insaciável | Trilogia Amores - Livro II
Romance(+16) Noah Lamartine é um homem sério que vê sua vida mudar quando sua ex-noiva aparece em sua casa com uma notícia nada agradável, mas que vai mudar muita coisa. Yohanna Smith é enfermeira de um hospital em Paris, mas por problemas acaba sendo demi...