Capítulo 58

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Sete meses depois

Yohanna

Estou me sentindo imensa, o que não é nenhuma novidade para quem está grávida, com certeza a maioria das mulheres já se sentiram assim. O que está me deixando um pouco irritada é que o Noah não quer me deixar fazer nada, faz duas semanas que a reforma na perfumaria terminou e ele não está trabalhando, disse que só vai voltar quando o nosso bebê tiver uns cinco meses.

— Noah, eu já falei que posso lavar uma louça sem nenhum problema — reclamo.


— Não precisa, meu amor, eu posso fazer isso — me olhou.

— Acho que a Anne está chorando — avisei.

— Eu não estou ouvindo nada, mas vou ver — saiu da cozinha e eu fui até a porta, a trancando.

— Yohanna! Eu não acredito que você trancou a porta! — mexeu na maçaneta.

— Me deixa lavar louça, estou ficando estressada e preciso fazer alguma coisa antes que eu enlouqueça — falo alto para que ele escute.

— Quando sair dai eu vou te bater — ameaçou.

— Eu vou adorar levar uns tapas na bunda — ouvi sua risada.

Nunca me senti tão feliz em lavar uns pratos e copos, realmente a gravidez pode mudar as pessoas. Abri a porta bem devagar e olhei pra fora, não vendo o Noah, fui até o sofá e me sentei, vi que tinha um recado colado na televisão.

Fui no mercado e já volto! Ps: Estou muito bravo!

No final da frase até tinha um desenho de uma carinha brava. Ri sozinha e voltei pra cozinha quando ouvi o interfone tocar, era o porteiro informando que minha sogra queria subir, falei pra ele que eu ia descer, olhei Anne e ela estava dormindo calmante no berço, liguei a câmera da babá eletrônica e sai do apartamento com o celular na mão.

— O seu filho não está em casa, senhora Clair — avisei, assim que passei pelo portão, olhando sempre se Anne ainda dormia.

— Eu quero falar com você mesmo — me encarou.

— E qual é o assunto? A Anne está dormindo em casa e eu não posso demorar muito — lhe mostrei a tela do meu celular, Noah também não quer que eu fique sozinha com a mãe, ele diz que tem medo dela me fazer algum mal.

— Esse filho que está esperando é do Noah mesmo? — arqueou uma sobrancelha.

— E de quem seria? Ao contrário de muitas pessoas que existem, eu sou fiel ao meu noivo — falei, tentando não ficar irritada.

— Eu tenho minhas dúvidas sobre essa sua fidelidade, conviveu com a Lola e ela nunca foi uma pessoa boa de juízo — acabei rindo.

— Como se a senhora fosse, né? Não foi eu que roubei o namorado da amiga e saiba que a Madame está muito feliz com alguém que gosta dela e que a apoia.

— Ela está namorando na idade dela? Que vergonha! — debochou.

— Vergonha é a senhora que deve ter por cuidar tanto da vida dos outros, é tão infeliz assim que não consegue ver as pessoas felizes? Eu nunca lhe dei motivos para não gostar de mim, sempre lhe tratei com respeito e tentei ser legal, mas a senhora só retribuiu tudo sendo mal educada.

— Você era uma puta de esquina! Minha família é de classe, não pode ter uma pessoa como você nela. Noah nem sempre teve juízo, ele só me decepcionou com as escolhas que fez na vida, até a faculdade foi uma perda de tempo.

Desejo Insaciável | Trilogia Amores - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora