Capítulo 42

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Noah

Deixei Anne na casa de Alícia e vim pra Londres buscar Yohanna um dia antes, já que hoje é quinta, Vitórya pode ir hoje mesmo ou amanhã como elas combinaram. Entrei na escola de dança e caminhei até a o balcão onde havia duas mulheres, eles nem disfarçaram os olhares maliciosos pra mim.

— Bom dia! — saudei, segurando a rosa em minhas mãos com mais firmeza — A senhorita Smith está em aula? — perguntei.

— Sim, mas nós estamos aqui e podemos resolver qualquer problema que tiver — a de cabelos castanhos respondeu.

— O meu assunto é só com ela mesmo — respondi.

— O aquela sonsa tem que nós não temos?— agora era a outra que questionou apoiando os cotovelos na madeira para existir o decote do vestido.

— Senhor Lamartine? — ouvi uma voz e me virei vendo Vitórya, suspirei aliviado por ela aparecer porque eu não queria ser mal educado com as mulheres dizendo que Yohanna nunca esfregaria os peitos na cara de um homem para chamar atenção.

— Pode me fazer um favor? — ela assentiu — Entrega essa rosa na sala da minha noiva, mas não diz que estou aqui — ela concordou.

Peguei a caneta no bolso da minha jaqueta e escrevi no cartão Por mais bela que seja esta rosa você será sempre a flor mais linda do meu jardim. Te amo! e entreguei para Vitórya que seguiu pelo corredor, ela entrou em uma sala e eu fiquei atrás da parede para Yohanna não me ver.

— Ela estava ensinando um movimento na barra para os alunos, nem me viu entrar, deixei rosa em cima da mesa dela — assenti.

— Muito obrigado! — agradeci e ela apenas sorriu entrando em uma salinha.

Fui em direção aonde Vitórya entrou e olhei pela janelinha da porta vendo Yohanna em uma posição que me acendeu de uma forma dentro do jeans que tive que desviar o olhar para não deixar visível o meu desejo por ela. Acho que vou pedir de presente de Natal ela vestida apenas de lingerie dançando pra mim em uma barra dessas, como no dia que a conheci. Colabora aí, Papai Noel!
Fiquei encostado na parede até ver seus alunos saindo e maneei a cabeça para alguns que olharam para o lado em que eu estava, Yohanna saiu com a flor na mão e quando se virou pra mim, eu sorri para ela.

— Noah! — me abraçou apertado, a peguei pela cintura fazendo suas pernas se enroscarem em mim e fechei a porta a encostando nela.

— Oi, meu amor! — beijei seus lábios macios.

— Não me agarra muito, eu estou suada! — riu.

— Eu não ligo pra isso. Gostou da surpresa? — olhei pra rosa em sua mão.

— Muito! É a primeira vez que eu recebo flores de alguém, sem ser a que o papai me dava em todos os meus aniversário, sinto tanta falta desse gesto simples que me deixava encantada — sorriu um pouco triste, mas logo seus olhos encontraram os meus e o brilho que estavam neles voltaram — Obrigada! Eu amei! Agora me solta que eu vou tomar banho — se soltou de mim, andando até a mesa.

— Algum homem faz aulas com você? — perguntei tentando esconder meu ciúmes observando o shorts curto e o top preto que vestia.

— Sim, mas eles são da parte da manhã — respondeu me olhando — Não precisa ficar com ciúmes, os dois se interessariam mais por você do que por mim, pode acreditar — sorriu.

— Eu não fiquei com ciúmes — encolhi os ombros, colocando minhas mãos dentro dos bolsos da calça jeans.

— Eu vou fingir acreditar, ok? — beijou minha bochecha antes de entrar em uma salinha que deduzi ser o banheiro.

— Não quer ajuda para tomar banho? Eu posso esfregar suas costas — ouvi sua risada.

— Infelizmente você só vai tomar banho comigo daqui seis dias — respondeu.

— Por quê? Está me castigando por algo que fiz e não estou lembrado? — franzi a testa tentando me recordar se a deixei brava com alguma coisa.

— Não, amor, só estou passando por dias que toda mulher passa todo mês. Agradeça, porque isso é um sinal de que não estou grávida! — foi a minha vez de rir.

Mas eu adoraria que estivesse, meu pensamento completou. Mesmo querendo muito ter um filho com Yohanna, eu sei que ainda não é o momento, ela ama dar aulas de dança e eu nunca seria capaz de fazê-la abandonar esse sonho. Me encostei na mesa observando a sala ampla com seis barras de ferro para os alunos e uma na frente, que era da professora.

— Yohanna — um homem entrou na sala e eu suponho que seja o Alexander, ele parecia ter a idade do meu pai — Noah Lamartine? — franziu o cenho ao me ver.

— Nos conhecemos? — me indireitei.

— Pessoalmente não, mas já o vi nas revistas. Você trabalha na B&B Cosmétiques, né? — sua resposta pareceu vaga, como se esquecesse de uma parte.

— Trabalhava, agora estou focando na minha carreira de engenharia. Você é o Alexander? — assentiu — Prazer em conhecê-lo! — apertamos as mãos.

— Amor, você... — Yohanna saiu do banheiro vestindo calça jeans e uma blusa de manga cumprida — Alexander! Já conheceu meu noivo? — guardou as coisas na bolsa.

— Noivo? — seus olhos se arregalaram um pouco e eu não gostei disso. Será que ele estava interessado na minha mulher?

— Sim, noivo e logo serei o marido! — respondi firme.

— Eu só vim aqui para desejar Feliz Natal e um Ano Novo cheio de muitas realizações e bênçãos! — abraçou a minha noiva e ela retribui o abraçando ainda mais forte.

— Muito obrigada! Eu desejo o dobro! Você sabe o quanto é importante pra mim, apareceu no momento que eu precisava e me deu um emprego que eu estou amando, mesmo sabendo que a dança é um hobby — ela falava ainda abraçada a ele, a minha vontade era de separa-los, mas se eu fizesse isso Yohanna poderia se chatear.

— Obrigada, minha querida! — ele apertou minha mão e saiu da sala parecendo ainda confuso com o fato de eu ser o noivo da Yohanna.

— Posso fazer uma pergunta? Preciso que seja sincera! — concordou — Esse homem já deu em cima de você? — ela riu.

— Essa pergunta é séria? — parou e eu balancei a cabeça — É claro que não, Noah! Ele é casado e ama a esposa! E mesmo que não tivesse ninguém e desse em cima de mim, acharia que eu estava trabalhando aqui ainda? Eu nunca deixaria um homem me paquerar sendo que estou comprometida e o Alexander tem idade para ser meu pai — respondeu e eu sei que a chateie.

— Me desculpa! — passei as mãos no rosto, arrependido de ser tão ciumento a ponto de fazer uma pergunta tão idiota, Yoahnna nunca me trairia e eu sei o que ela já passou no hospital com aquele médico que não aceitava um não.

— Tudo bem! Vamos? Eu tenho que conversar com a Vitórya, pegar nossas malas e irmos para Paris — entrelaçou nossos dedos.

— Pensei que fossem só amanhã — comentei pegando sua bolsa, ela estava segurando a rosa na outra mão.

— Queria fazer uma surpresa, mas quem se surpreendeu foi eu — abriu um sorriso — Vitórya — bateu na porta da salinha e ela apareceu.

— Ainda não terminei o trabalho, podem ir na frente, eu os encontro na estação — avisou.

— Você não está querendo desistir, né? — Yohanna arqueou uma sobrancelha.

— Claro que não! As malas já estão prontas, Julian está me esperando em casa com a Zoe e vai me levar até a estação, eu chego já tomando um banho e vamos nos encontrar — Yohanna concordou.

E foi o que aconteceu. Passei na casa da Alícia para pegar Anne e fomos pro meu apartamento, Yohanna olhou para todos os lados e perguntou onde estava a árvore para decorar com luzinhas e enfeites, prometi que amanhã compraríamos tudo o que ela quisesse, mas hoje iríamos dormir porquê estávamos cansados.

Desejo Insaciável | Trilogia Amores - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora