Capítulo 47

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Noah

Minhas irmãs arrumaram o quarto do primeiro andar para minha mãe ficar, o doutor disse que ela não deve fazer muito esforço com a perna que se feriu, eu pedi pra Raquel vir trocar o curativo já que ela não aceita Yohanna.

— Obrigado por ter vindo — agradeci.

— Sem problemas! Eu estou de férias e não custa fazer um favor para as pessoas — entramos no quarto.

— Mãe, essa é a Raquel, ela é enfermeira e vai trocar o curativo da sua perna — ela franziu a testa a olhando.

— Eu conheço você — minha mãe falou.

— Eu sou enfermeira no mesmo hospital que a sua neta nasceu — Raquel explicou e eu fiquei perto do quarto dando privacidade as duas.

— Não é do hospital que eu a conheço, eu não consigo me lembrar agora, mas daqui a pouco a memória vem — falou.

— Como a mamãe está? — Rebecca se aproximou de mim.

— Ela está bem, Raquel veio trocar o curativo da perna.

— Eu vou ficar com ela hoje — assenti.

Minha mãe precisa ter sempre alguém com ela caso queira ir no banheiro ou ir pra algum outro cômodo da casa, o médico pediu que ela não soltasse muito o peso do corpo na perna, se não o machucado pode sangrar e com isso vai demorar mais a cicatrização.

— Eu vou pra casa, mãe! Rebecca vai ficar com a senhora — avisei.

— É melhor não deixar a minha neta muito tempo com aquela mulher mesmo — murmurou e Raquel ficou séria.

— Yohanna lhe ajudou e a senhora deveria ser mais grata à ela — falou terminando de fazer o curativo.

— Eu sabia que lhe conhecia! Você é uma das meninas da Lola! — afirmou.

— Eu já terminei aqui, Noah! — Raquel disse e saiu do quarto passando por mim.

— Eu não quero você dentro da minha casa novamente, sua vagabunda de esquina! — minha mãe gritou e a amiga da minha noiva se virou e eu a segurei.

— Eu prefiro ser uma vagabunda de esquina do que uma fura olho feito você que não respeitou o luto da amiga e pegou o namorado dela, olha pra si antes de querer julgar os outros! — Raquel esbravejou com raiva e eu ainda estava confuso com toda essa história.

— O que está acontecendo aqui? — meu pai apareceu e a ruiva olhou séria pra ele.

— Vocês dois são perfeitos um para o outro! — ela se soltou de mim e passou por ele feito um foguete.

— Espera, Raquel! — a chamei e só alcancei ela na calçada.

— Me desculpe por isso, mas eu não sou o que a sua mãe disse e mesmo que eu levasse essa vida, ela não tem que se meter, sou eu que pago as minhas contas — assenti.

— Não se preocupe com isso. Será que você pode me contar essa história dos meus pais com a Madame? — ela negou.

— Madame pediu que eu não dissesse nada, ela falou que o seu pai ou mãe que precisa dizer — concordei.

— Você é a Cléo, né? — perguntei em voz baixa.

— Andrew não sabe disso, eu ainda não tive coragem de contar, estou com medo dele não aceitar — suspirou.

— A verdade é sempre a coisa certa, independente do assunto, Andrew odeia mentiras — assentiu e um carro estacionou no meio fio.

— Delegado David Becker — meu cunhado se apresentou erguendo o distintivo mostrando para nós dois — Andrew Collins, investigador de Polícia. Nós viemos interrogar a senhora Clair sobre o acidente, preferimos esperar ela receber alta do hospital — assenti, eles estavam vestidos como se estivessem prontos para prender alguém, a arma estava até na cintura.

Desejo Insaciável | Trilogia Amores - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora